Via Entre as brumas da memória
«A ideia de que os pobres são “diferentes” reconfortou as elites ao longo da história na sua inação para erradicar a pobreza. As “workhouses” da Inglaterra vitoriana eram instituições assistencialistas e moralizadoras, que alimentavam – mal e pouco – as pessoas pobres e procuravam corrigir os seus supostos maus hábitos.
Durante o fim de semana, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a sede do Banco Alimentar contra a Fome e apelou aos donativos de comida, alegando que há 400 mil pessoas com fome, mais cerca de 20 mil do que as habituais 380 mil servidas habitualmente pelas instituições de solidariedade apoiadas pelo Banco Alimentar. Segundo o Presidente, “não é preciso gostar do Banco Alimentar, da líder ou dos voluntários. É preciso pensar nos que estão mal e que vão estar assim mais um mês, dois, três, mais um ano, o tempo que durar a crise”.
A mim, parece-me que é preciso pensar que espécie de sociedade é esta que perante pessoas que podem ficar com fome durante mais de um ano se contenta com oferecer uns pacotes de arroz para as campanhas do Banco Alimentar. Este cheirinho feudal dá-me náuseas.»
Susana Peralta
Durante o fim de semana, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a sede do Banco Alimentar contra a Fome e apelou aos donativos de comida, alegando que há 400 mil pessoas com fome, mais cerca de 20 mil do que as habituais 380 mil servidas habitualmente pelas instituições de solidariedade apoiadas pelo Banco Alimentar. Segundo o Presidente, “não é preciso gostar do Banco Alimentar, da líder ou dos voluntários. É preciso pensar nos que estão mal e que vão estar assim mais um mês, dois, três, mais um ano, o tempo que durar a crise”.
A mim, parece-me que é preciso pensar que espécie de sociedade é esta que perante pessoas que podem ficar com fome durante mais de um ano se contenta com oferecer uns pacotes de arroz para as campanhas do Banco Alimentar. Este cheirinho feudal dá-me náuseas.»
Susana Peralta
Sem comentários:
Enviar um comentário
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.