"Vive-se um tempo confuso, complexo. Confesso que estou mais inquieta agora do que estive antes, por razões óbvias. Mas não é saudável que nos agarremos a pensamentos sempre opressores e não tentemos sacar a nossa risada ou um sorriso, de vez em quando. Hoje, perante a pergunta colocada, automaticamente veio-me à mente o tema de um filme bem antigo, 1956, e que remetia exactamente para os tempos vindouros. Eu trauteava a cantiga ainda o meu inglês andava sei lá onde mas hoje sei a letra inteirinha!
Como será a minha vida social pós-pandemia? Não é difícil responder, pela razão primeira: nunca tive uma vida social muito activa ou complexa, no sentido mais “fino” da coisa. Hábitos simples, distracções poucas mas muito prezadas, tempo passado sem mágoas de tédio. Isto em situação normal, claro. Mas é de situações normais que estamos conversando. Estou pois receosa quanto ao futuro e esta pandemia já me roubou uma alegria que trazia a minha cabeça girando: não fazer a festa de casamento do meu filhote. Far-se-á depois. Os tempos que vêm são preocupantes. Abraço aqueles que já perderam seres amados para esta implacável e misteriosa doença.
Oro pelos meus, pela Humanidade, pelos cientistas trabalhando arduamente em busca de fármacos eficazes e vacinas que impeçam a propagação do vírus. Que saiamos deste buraco escuro o mais depressa possível. Quando isso acontecer e se por Deus por aqui me mantiver, voltarei a minha vidinha adorável, pacata mas enérgica. Primeira coisa que farei: ir ver os meus filhos, as saudades já ardem no coração.
Retomarei abertamente, sem engulhos, as actividades autárquicas e cívicas. Cantarei como a saudosa Amália, “até que a voz me doa”, com o Coral David de Sousa e com quem quiser cantar comigo. Irei às Manifs, voltarei aos meus queridos alunos de inglês, se eles ainda me quiserem aturar. Irei às reuniões sindicais e do Partido, serei assídua no trabalho da Igreja, de vez em quando almoçarei com as amigas e retomaremos os lanches dos tremoços. Terei mil oportunidades de vida social. E afinal intensa!"
Via Diário as Beiras
Como será a minha vida social pós-pandemia? Não é difícil responder, pela razão primeira: nunca tive uma vida social muito activa ou complexa, no sentido mais “fino” da coisa. Hábitos simples, distracções poucas mas muito prezadas, tempo passado sem mágoas de tédio. Isto em situação normal, claro. Mas é de situações normais que estamos conversando. Estou pois receosa quanto ao futuro e esta pandemia já me roubou uma alegria que trazia a minha cabeça girando: não fazer a festa de casamento do meu filhote. Far-se-á depois. Os tempos que vêm são preocupantes. Abraço aqueles que já perderam seres amados para esta implacável e misteriosa doença.
Oro pelos meus, pela Humanidade, pelos cientistas trabalhando arduamente em busca de fármacos eficazes e vacinas que impeçam a propagação do vírus. Que saiamos deste buraco escuro o mais depressa possível. Quando isso acontecer e se por Deus por aqui me mantiver, voltarei a minha vidinha adorável, pacata mas enérgica. Primeira coisa que farei: ir ver os meus filhos, as saudades já ardem no coração.
Retomarei abertamente, sem engulhos, as actividades autárquicas e cívicas. Cantarei como a saudosa Amália, “até que a voz me doa”, com o Coral David de Sousa e com quem quiser cantar comigo. Irei às Manifs, voltarei aos meus queridos alunos de inglês, se eles ainda me quiserem aturar. Irei às reuniões sindicais e do Partido, serei assídua no trabalho da Igreja, de vez em quando almoçarei com as amigas e retomaremos os lanches dos tremoços. Terei mil oportunidades de vida social. E afinal intensa!"
Via Diário as Beiras
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