Qualquer um de nós tem o direito de ficar melindrado, chateado, aborrecido, magoado, pouco feliz, etc.,etc., etc, quando na sua acção, enquanto político, ou outra exposição pública, é alvo de uma crítica.
Esse, é um direito que cada um de nós tem. Porém, não pode é pretender que a crítica seja remetida, por qualquer meio, ao silênco.
Isso, seria estarmos perante algo de muito grave, numa sociedade que se quer composta por cidadãos responsaáveis, exigentes e livres.
Por experiência própria, sei que numa pequena Aldeia como a Figueira, os políticos sempre lidaram mal com a triagem feita pela comunicação social.
Nas décadas de 70, 80 e 90 do século passado, senti isso: primeiro no Barca Nova e depois no Linha do Oeste. Desde Abril de 2006, aqui no OUTRA MARGEM.
É uma coisa com que lido perfeitamente, o que não quer dizer que não considere o facto de alguém querer poder controlar o que é dito e escrito, uma perversão da democracia.
O que os "nossos" políticos gostariam - mas gostariam mesmo - era de terem o poder de fazer uma lista das pessoas autorizadas a emitir opiniões.
Qualquer político, antes de o ser, é um homem ou uma mulher. Portanto, está na génese de qualquer político ter tentações ditatoriais. Contudo, muitos conseguem reprimi-las. Uns para preservar a imagem, outros por decência.
Outros, nem disfarçar conseguem: não se contentam com a tentação de controlar a informação, o que constitui uma perversão democrática - o seu sonho era mesmo conseguiram uma ditadura muda e silenciadora.
Para seu desespero e desconforto, porém, em Portugal e na Figueira, há o direito constitucional garantido aos cidadãos a emitir opiniões.
Se esse direito é muito ou pouco usado pelos portugueses e pelos figueirenses, e porquê, isso já é outra conversa.
Tem a ver com o medo. Sim com o medo.
Medo de perder o emprego, medo de não ter dinheiro para as despesas, medo do presente e medo do futuro.
Como diria o falecido Aleksandr Solzhenitsyn: «Quando privais alguém de tudo, ele deixa de estar sob o vosso poder. Ele volta a ser inteiramente livre.»
Existe, portanto, alguma razão para ceder ao medo?
Claro que não. Vivemos num Estado Democrático e de Direito.
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