"Muitos ainda não notaram, mas já estamos a viver um tempo dolorosamente novo desde que a crise iniciou. Seria portanto expectável que os velhos hábitos da política – velhos dos últimos vinte ou trinta anos, porque para trás não era bem assim – perante uma crise tão avassaladora, tivessem ficado pelo caminho e recuperássemos rapidamente a ajuda ao próximo pelo próximo e não por oportunismos em torno da desgraça alheia.
Prometi, publicamente, fazer uma espécie de diário de crise onde vou registando as ocorrências que nos vão acompanhando e que farão a história destes tempos improváveis.
Por cá, tudo iniciou oficialmente no dia 26 de fevereiro de 2020. Recebemos o primeiro contacto da câmara no dia 23 de março, talvez para experimentar se ainda tínhamos força para atender o telemóvel. Da junta de freguesia, não sabemos se ainda tem telefones ou se perderam os contactos da Casa do Povo. Podíamos sempre comunicar por fumos; afinal, as duas sedes distam apenas 277 metros. Estamos a 25 de abril e nem sinal. Bem… com tanto comunicado “chapa cinco” e tanta partilha nas redes sociais a prometer o que não quantificaram antes e a Lei não permite, não houve ainda tempo para saber se estamos vivos, quais as nossas reais carências e se podem usar o nome da instituição para fazer publicidade ao que ainda não sabem se podem dar.
Materialmente - não sendo para a nós a questão mais relevante por agora, mesmo com pouco dinheiro - não podemos agradecer dádivas que não existem, nem sabemos se existirão, porque, insistimos: apesar dos constantes atropelos às Leis da República a que vamos assistindo, a democracia, embora mal tratada, ainda não foi de férias, o que imporia prudência e bom senso no que se anuncia.
Chegados aqui, 25 de abril de 2020, 60 dias depois da crise ter iniciado, já alguém fez alguma coisa de concreto que não fosse publicidade, replicada à exaustão nas redes socias, à custa da desgraça alheia? Sim, fizeram. A velha política da caridadezinha natalícia que tem sido a imagem de marca de uma parte significativa das autarquias portuguesas antes da crise, agora alargada também à páscoa.
Os que realmente precisam de ajuda sabem onde recorrer e sabem também que ninguém lhes pede votos em troca. Por isso não têm que se expor; já lhes chega o infortúnio de terem acordado sem rendimentos num qualquer dia do passado mês de março. A pobreza envergonhada está de volta pela segunda vez em dez anos e exige de nós ações concretas, proximidade e pouca ou nenhuma publicidade.
Portanto, desiludam-se se estão à espera de mudanças! Por cá é tudo à antiga...e, volvidos dois meses , “não poderá ser de outra maneira”.
25 de abril hoje… e o resto do ano!"
Via Jossé Augusto Marques
Prometi, publicamente, fazer uma espécie de diário de crise onde vou registando as ocorrências que nos vão acompanhando e que farão a história destes tempos improváveis.
Por cá, tudo iniciou oficialmente no dia 26 de fevereiro de 2020. Recebemos o primeiro contacto da câmara no dia 23 de março, talvez para experimentar se ainda tínhamos força para atender o telemóvel. Da junta de freguesia, não sabemos se ainda tem telefones ou se perderam os contactos da Casa do Povo. Podíamos sempre comunicar por fumos; afinal, as duas sedes distam apenas 277 metros. Estamos a 25 de abril e nem sinal. Bem… com tanto comunicado “chapa cinco” e tanta partilha nas redes sociais a prometer o que não quantificaram antes e a Lei não permite, não houve ainda tempo para saber se estamos vivos, quais as nossas reais carências e se podem usar o nome da instituição para fazer publicidade ao que ainda não sabem se podem dar.
Materialmente - não sendo para a nós a questão mais relevante por agora, mesmo com pouco dinheiro - não podemos agradecer dádivas que não existem, nem sabemos se existirão, porque, insistimos: apesar dos constantes atropelos às Leis da República a que vamos assistindo, a democracia, embora mal tratada, ainda não foi de férias, o que imporia prudência e bom senso no que se anuncia.
Chegados aqui, 25 de abril de 2020, 60 dias depois da crise ter iniciado, já alguém fez alguma coisa de concreto que não fosse publicidade, replicada à exaustão nas redes socias, à custa da desgraça alheia? Sim, fizeram. A velha política da caridadezinha natalícia que tem sido a imagem de marca de uma parte significativa das autarquias portuguesas antes da crise, agora alargada também à páscoa.
Os que realmente precisam de ajuda sabem onde recorrer e sabem também que ninguém lhes pede votos em troca. Por isso não têm que se expor; já lhes chega o infortúnio de terem acordado sem rendimentos num qualquer dia do passado mês de março. A pobreza envergonhada está de volta pela segunda vez em dez anos e exige de nós ações concretas, proximidade e pouca ou nenhuma publicidade.
Portanto, desiludam-se se estão à espera de mudanças! Por cá é tudo à antiga...e, volvidos dois meses , “não poderá ser de outra maneira”.
25 de abril hoje… e o resto do ano!"
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