"Há ideias consensuais para a valorização do Cabo Mondego, desde a manutenção dos edifícios até à defesa do património natural, seja geológico, histórico, cultural ou biológico. Outras ideias estão por explorar, a abertura das minas de carvão e seu aproveitamento “turístico”, criando um “museu vivo”; criar ali uma zona de reserva natural exclusiva, como se fez em Sesimbra, permitindo que a zona costeira seja um viveiro de peixe e biodiversidade. Mas os investimentos e desafios são tão vastos e complexos que a requalificação do Cabo Mondego, a ser bem executada, levará décadas e deverá ser alvo de um detalhado estudo preliminar.
Qualquer intervenção deverá ser precedida de um estudo sobre o que nos trazem as alterações climáticas, a violência das tempestades marítimas aumenta, o nível médio das águas do mar também, os ventos são mais fortes,…etc. Que consequências terão esses fenómenos na exploração turística e lúdica, e até na própria existência do Cabo Mondego como o conhecemos hoje? Não sabemos porque ainda ninguém estudou o que ali se passa e passará nas próximas décadas.
Vivemos tempos diferentes, onde há uma maior incerteza quanto ao futuro da nossa relação com o que nos rodeia. O modelo linear de “requalificação”, ou exploração, do património natural e construído tem de ser reformulado.
A colonização do espaço natural, desbravar caminhos, construir estradas, iluminar artificialmente, invadir o habitat de animais e plantas, é um conceito ultrapassado. Devemos abandonar o antropocentrismo (e uma certa ganância e pressa que caracteriza a atual matriz societal), colocando o “espaço natural” no centro da requalificação, relegando para segundo plano as nossas aspirações desenvolvimentistas típicas do sec. XX."
Qualquer intervenção deverá ser precedida de um estudo sobre o que nos trazem as alterações climáticas, a violência das tempestades marítimas aumenta, o nível médio das águas do mar também, os ventos são mais fortes,…etc. Que consequências terão esses fenómenos na exploração turística e lúdica, e até na própria existência do Cabo Mondego como o conhecemos hoje? Não sabemos porque ainda ninguém estudou o que ali se passa e passará nas próximas décadas.
Vivemos tempos diferentes, onde há uma maior incerteza quanto ao futuro da nossa relação com o que nos rodeia. O modelo linear de “requalificação”, ou exploração, do património natural e construído tem de ser reformulado.
A colonização do espaço natural, desbravar caminhos, construir estradas, iluminar artificialmente, invadir o habitat de animais e plantas, é um conceito ultrapassado. Devemos abandonar o antropocentrismo (e uma certa ganância e pressa que caracteriza a atual matriz societal), colocando o “espaço natural” no centro da requalificação, relegando para segundo plano as nossas aspirações desenvolvimentistas típicas do sec. XX."
Via Diário as Beiras
Levará décadas? Fixe. Era certo que nada alguma vez seria feito. Mas detalha mais, a ver se eu entendo e concordo. Aguardo.
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