"Todos aqueles que nasceram após o 25 de Abril estão hoje a viver os dias mais desafiadores das suas vidas. Mas podíamos estar pior.
Na verdade, o Estado Social, construído no Portugal democrático, está a garantir que o nosso país tem capacidade de responder a este perigoso inimigo. Felizmente, no nosso país a saúde pública continua a ser um pilar do Estado, mas nem todos os países ocidentais se podem gabar de ter a mesma sorte.
Há mais de 3 décadas que, globalmente, discutimos se queremos mais Estado ou menos Estado, alguns países começaram a seguir o modelo americano de Ronald Reagen, de diminuir a intervenção do Estado na economia, para promover ciclos de prosperidade mais “naturais”. Baixaram-se impostos (às grandes organizações), reduziram-se instrumentos de regulamentação e diminui-se o investimento em serviços públicos.
Esta linha política veio a ser seguida pela maioria dos partidos do centro, com o intuito de manter as suas economias tão competitivas como a americana. Esta receita tem produzido resultados pouco esclarecedores, se por um lado se promove um crescimento económico significativo, por outro lado, aumenta-se o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Para além disso, começa a ser habitual vivermos uma crise financeira a cada década.
Alguns países aceitaram parte destas propostas, contudo, não deixaram de promover a intervenção estatal como principal garante da liberdade individual. Hoje, são exatamente os países com impostos mais elevados, que têm melhores serviços públicos e, por conseguinte, um Estado mais capaz de dar resposta a esta pandemia. Países como a Suécia, a Noruega, a Áustria e a Dinamarca, apesar de fortemente afetados, continuam abaixo das 15 vítimas por 1 milhão de habitantes.
Sem dúvida que estamos a navegar em águas desconhecidas e, por isso, o melhor que temos a fazer é confiar nos decisores políticos para nos levarem a bom porto, independentemente das condições de partida. Estou certo que em Portugal, estamos bem entregues e este momento tem-se revelado um promotor inesperado de uma classe política que estava cada vez mais desacreditada."
Via Diário as Beiras
Na verdade, o Estado Social, construído no Portugal democrático, está a garantir que o nosso país tem capacidade de responder a este perigoso inimigo. Felizmente, no nosso país a saúde pública continua a ser um pilar do Estado, mas nem todos os países ocidentais se podem gabar de ter a mesma sorte.
Há mais de 3 décadas que, globalmente, discutimos se queremos mais Estado ou menos Estado, alguns países começaram a seguir o modelo americano de Ronald Reagen, de diminuir a intervenção do Estado na economia, para promover ciclos de prosperidade mais “naturais”. Baixaram-se impostos (às grandes organizações), reduziram-se instrumentos de regulamentação e diminui-se o investimento em serviços públicos.
Esta linha política veio a ser seguida pela maioria dos partidos do centro, com o intuito de manter as suas economias tão competitivas como a americana. Esta receita tem produzido resultados pouco esclarecedores, se por um lado se promove um crescimento económico significativo, por outro lado, aumenta-se o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Para além disso, começa a ser habitual vivermos uma crise financeira a cada década.
Alguns países aceitaram parte destas propostas, contudo, não deixaram de promover a intervenção estatal como principal garante da liberdade individual. Hoje, são exatamente os países com impostos mais elevados, que têm melhores serviços públicos e, por conseguinte, um Estado mais capaz de dar resposta a esta pandemia. Países como a Suécia, a Noruega, a Áustria e a Dinamarca, apesar de fortemente afetados, continuam abaixo das 15 vítimas por 1 milhão de habitantes.
Sem dúvida que estamos a navegar em águas desconhecidas e, por isso, o melhor que temos a fazer é confiar nos decisores políticos para nos levarem a bom porto, independentemente das condições de partida. Estou certo que em Portugal, estamos bem entregues e este momento tem-se revelado um promotor inesperado de uma classe política que estava cada vez mais desacreditada."
Via Diário as Beiras
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