sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Da série, a Figueira está sem chama. Os figueirenses, parecem-me desiludidos, resignados e cansados... (5)


 A nossa rua Augusta

"Vamos recuar 20 anos e relembrar a importância da singular Rua da República para toda a região do Baixo Mondego. A nossa principal rua do comércio tradicional era na época uma verdadeira âncora de venda de bens e serviços para toda a região.
Desde Cantanhede a Soure, do Louriçal à Tocha e, naturalmente, também um pouco por todo o concelho da Figueira da Foz, vinham fregueses gastar as suas poupanças no comércio tradicional de qualidade que aquela rua oferecia. Ora compravam uma camisa da moda no Gracindo, ora adquiriam um eletrodoméstico de ponta na Singer, ora compravam os produtos necessários para uma agricultura mais eficiente na Vitália, ora visitavam as moderníssimas galerias do Foz Center com as suas escadas rolantes. A Rua da República era sem dúvida, no contexto regional, um local de topo para fazer compras, porém, hoje o contexto é bastante diferente. Nos últimos 20 anos, os centros comerciais tornaram-se os reis do comércio português.
Posto isto, é imperativo tornar as nossas ruas do comércio tradicional atrativas, confortáveis e arejadas. Sendo apenas possível alcançar este desígnio com amplas ruas, totalmente pedonais, sem carros a lançar gases poluentes e a criar poluição sonora. A Rua da República merece ser revitalizada. A par desta situação, acresce que num futuro próximo, a minha geração tendencialmente irá optar pelas superfícies comerciais, nas quais fomos habituados a consumir. Sendo, que o comércio tradicional necessita de ser uma alternativa forte e mobilizadora para atrair os Millennials às suas lojas. Vendendo não só um produto, mas também uma experiência diferenciadora e menos claustrofóbica que aquela que estamos habituados.
Porém, não tenhamos dúvidas de que a Rua da República tem potencial e os seus comerciantes têm demonstrado ao longo dos anos uma capacidade de reinvenção significativa. Contudo, é necessário criar infraestruturas modernas que sirvam o comércio e que criem potencialidades para a nossa Rua Augusta."


Via Diário as Beiras

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