Será pedir muito?
"Será muito difícil (e talvez pouco desejável) que se repita uma concentração de poder num único Partido políticocomo a que se tem verificado no concelho da Figueira nos últimos anos: de facto, o Partido Socialista governa em 12 das 14 freguesias (mesmo naquelas em que ganhou porque prometeu, entre outras, a reversão imediata da agregação mal chegasse ao Poder, como por exemplo em Buarcos e São Julião…), está em maioria (numérica) avassaladora na Assembleia Municipal,
detém 6 dos 9 vereadores no Executivo municipal, tem como líder concelhio o atual Presidente
de Câmara, exercendo o poder autárquico, quase sempre em maioria absoluta, em 32(!) dos últimos 44 anos.
Se acrescentarmos a esta constatação o facto de, quer ao nível distrital (poder em 12 das 17 Câmaras, mais do dobro dos votos que o segundo Partido mais votado), quer ao nível nacional (Governo há quase 5 anos, presidência da Associação Nacional dos Municípios Portugueses) e até mesmo exercendo poder em altas estruturas internacionais (por exemplo na ONU), verifica-se que o modus operandi socialista tem todas as condições democráticas para exercer o seuprograma.
Assim, em 2020 é imperativo o cumprimento imediato de todas as promessas eleitorais, sucessivamente repetidas ao longo dos dez últimos anos (neste jornal, há alguns dias, o atual Presidente de Câmara mais não fez do que reduzir a um mínimo confrangedor o que vem sendo despudoradamente anunciado “para breve” pelos executivos dos quais vem fazendo parte); e, entretanto, a Zona Industrial do Pincho continua um sonho, a areia continua a depositar-se a norte e a fazer falta a sul, as Lagoas de Quiaios continuam à espera, a Serra da Boa Viagem
continua sem desígnio, o Cabedelo continua sem orientação, as Obras continuam paradas na cidade, a EN 109 continua esburacada, o turismo continua sazonal, há árvores que, “sem dar por ela”, continuam a ser cortadas...
Desejo, afinal, para 2020 o que já desejei para cada um dosanos anteriores:
1. Um Desígnio; 2. Um Caminho; 3. Os Recursos adequados; 4. Uma muito maior participação da Sociedade Civil, ou seja, uma desconcentração do poder de decisão e de ação.
Será pedir muito?!.."
Via Diário as Beiras
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