Racionalidade
"A Região Centro deveria ter reivindicado acessos ferroviários diretos aos aeroportos do Porto e de Lisboa. Quando adquirimos um bilhete AirFrance de Bruxelas para Lisboa, este inclui voo de Paris e uma viagem direta de comboio, que dura uma hora até ao aeroporto Charles De Gaulle. Com dois aeroportos a menos de 200 quilómetros, faria sentido a TAP emitir bilhetes que incluíssem a viagem de comboio direta (se existisse) entre aeroporto e Coimbra.
Pior, acabou a ligação direta de metro entre Campanhã e o Aeroporto do Porto, obrigando a transbordo na Trindade e aumentando a duração da ligação entre comboio e aeroporto para quase uma hora. O primeiro comboio rápido que sai da Região Centro chega à Estação do Oriente apenas às 8H22, contrastando com qualquer aeroporto europeu servido pela ferrovia desde as primeiras horas da manhã.
Na melhor das hipóteses, este permite embarcar nos voos apenas a partir das 10H00, quando descolam aviões desde as 06H00 da manhã. Sobre a resolução destes problemas basilares, os órgãos regionais pouco ou nada têm feito. Como tem sido gritante a passividade da região no debate sobre o futuro do aeroporto de Lisboa.
Parece que não é nada connosco. Neste caldo de indiferença, surge o amadorismo das recentes propostas de aeroporto para a Região Centro. Lançam-se localizações avulsas sem estudos minimamente aprofundados.
Pretendemos uma solução para os 1,7 milhões de habitantes da Região Centro? Desejamos atrair passageiros de Leão e Castela, captando fundos Interreg da UE? Com que acessos?
A situação financeira de quase todas as companhias aéreas europeias é dramática.
A Ryanair deixou de voar para o Algarve… Há alguma companhia aérea interessada em voar para um pequeno aeroporto entre Lisboa e Porto ou para a Base Aérea de Monte Real, arriscando a turbulência e os estampidos supersónicos dos F16? Provavelmente não.
Finalmente, a ferrovia é uma opção quase tão rápida (sem morosos check-in e filas para raios X), todavia bem mais ecológica do que o transporte aéreo para distâncias até 300 quilómetros. Prefiro a racionalidade desta solução."
Via Diário as Beiras
"A Região Centro deveria ter reivindicado acessos ferroviários diretos aos aeroportos do Porto e de Lisboa. Quando adquirimos um bilhete AirFrance de Bruxelas para Lisboa, este inclui voo de Paris e uma viagem direta de comboio, que dura uma hora até ao aeroporto Charles De Gaulle. Com dois aeroportos a menos de 200 quilómetros, faria sentido a TAP emitir bilhetes que incluíssem a viagem de comboio direta (se existisse) entre aeroporto e Coimbra.
Pior, acabou a ligação direta de metro entre Campanhã e o Aeroporto do Porto, obrigando a transbordo na Trindade e aumentando a duração da ligação entre comboio e aeroporto para quase uma hora. O primeiro comboio rápido que sai da Região Centro chega à Estação do Oriente apenas às 8H22, contrastando com qualquer aeroporto europeu servido pela ferrovia desde as primeiras horas da manhã.
Na melhor das hipóteses, este permite embarcar nos voos apenas a partir das 10H00, quando descolam aviões desde as 06H00 da manhã. Sobre a resolução destes problemas basilares, os órgãos regionais pouco ou nada têm feito. Como tem sido gritante a passividade da região no debate sobre o futuro do aeroporto de Lisboa.
Parece que não é nada connosco. Neste caldo de indiferença, surge o amadorismo das recentes propostas de aeroporto para a Região Centro. Lançam-se localizações avulsas sem estudos minimamente aprofundados.
Pretendemos uma solução para os 1,7 milhões de habitantes da Região Centro? Desejamos atrair passageiros de Leão e Castela, captando fundos Interreg da UE? Com que acessos?
A situação financeira de quase todas as companhias aéreas europeias é dramática.
A Ryanair deixou de voar para o Algarve… Há alguma companhia aérea interessada em voar para um pequeno aeroporto entre Lisboa e Porto ou para a Base Aérea de Monte Real, arriscando a turbulência e os estampidos supersónicos dos F16? Provavelmente não.
Finalmente, a ferrovia é uma opção quase tão rápida (sem morosos check-in e filas para raios X), todavia bem mais ecológica do que o transporte aéreo para distâncias até 300 quilómetros. Prefiro a racionalidade desta solução."
Via Diário as Beiras
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