terça-feira, 3 de setembro de 2019

Reflectindo sobre a ética socialista e republicana

Não discutimos o óbvio. Não discutimos a ética. 
O PS gosta de "exercer absolutamente o poder". Basta observar o que se passou na Figueira nos últimos dez anos: o PS foi colocando determinadas pessoas em posições-chave da máquina autárquica local, não com base no mérito, mas na proximidade pessoal. E ninguém falou, ninguém denunciou, ninguém travou. Quem pôde, aproveitou.

O contexto em que vivemos, é o de uma sociedade desigual nos sacrifícios e nas vantagens: precária e insegura para a maioria e garantista e blindada para uma minoria. 
O problema é ético. A ética conta. 
Mas, também é social. É o de uma elite que vive num mundo à parte, com regras à parte, e é por isso incapaz de perceber a vida dos outros. 
Poderiam ser ricos e perceber tudo isto. Poderiam ser pobres e não perceber nada disto. A vida está cheia destas incongruências e não sou dos que acham que alguém que defende a justiça social tem obrigação de levar uma vida espartana e que os pobres têm obrigação de ser socialistas. 
Contudo, julgando, como julgam, que os seus privilégios excepcionais resultam do mérito, não podiam deixar de julgar que as banais dificuldades dos outros resultam de desmérito. 
Quem vive confortável na injustiça nunca poderá compreender a sua insuportabilidade. 
Quem pensa que o privilégio é um direito nunca poderá deixar de pensar que a pobreza é um castigo.

Somos todos merda.
Ética socialista e republicana, seria evitar sujar os outros.

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