quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Há alguns jornalistas na Figueira. Há é muito pouco jornalismo...

Em 2019, regra geral, as empresas de media são geridas por empresários que não conhecem ou, sequer, gostam dos media. Constituem um meio de promoção social ou puro negócio. A ideia de serviço público morreu nos anos 70 e não ressuscitou, nem mesmo com a tendência da responsabilidade social.
Os empresários estão entre dois mundos: o da banca e outros financiadores, a quem têm de devolver o retorno anual dos seus investimentos; e o público.
Ninguém gosta de pagar a um empregado para ele lhe dar tiros no pé. 
E o que o público não descortina, não precisa de saber.
No final dos anos 70 do século passado, grosso modo, o modelo do jornalismo era simples: as empresas pagavam (a jornalistas, comerciais, administrativos, a impressão, o papel, a distribuição, por brindes) e recebiam (da venda de exemplares, da publicidade e de produtos associados).
O online veio baralhar as coisas. 
Quem se safou? Como na guerra, quem vendeu o armamento. Empresas de tecnologia, de telecomunicações, de consultoria, todas tiveram anos excelentes.


DB-Jot’Alves
Neste momento, se ainda escrevesse em jornais, já teria colocado a questão, a meu ver, mais pertinente da Figueira.
Que é simples e visível: por onde anda o executivo camarário? 
Ele está, ele existe, é o maior de sempre, mas não se nota. 
Porém, é como se não estivesse. É como se não existisse.
Damos pela sua presença, mas não pela sua missão: governar, cuidar e tratar da pólis. Decidir. Planear. Planificar. 
A cidade e o concelho.
Apontar metas. Dizer por onde vamos. Alguém consegue dizer que é isso que está a acontecer?
Ontem, o presidente da câmara da Figueira da Foz deslocou-se ao Rovisco Pais, para assinar um protocolo para a constituição de uma equipa de andebol em cadeira de rodas, levou uma comitiva num autocarro e a imprensa foi e fez a notícia e tirou a foto de família... 
Em 2019, na Figueira, jornalismo é isto.  O que o público não descortina, não precisa de saber.

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