sábado, 27 de julho de 2019

Figueirenses, não esqueçam que temos a cidade e o concelho profundo...

Há vários anos  que a Figueira não consegue atrair empreendedores dignos desse nome.
Nos últimos anos os investimentos concentram-se em actividades com um baixo nível de valor acrescentado. Tipo mercearia.
Seria interessante que a equipa que gere a autarquia, nomeadamente o seu presidente, tivesse a humildade de não cercear o debate político e explicasse aos cidadãos da Figueira e do concelho, como encara o futuro do conjunto cujo desenvolvimento lhe cabe promover. 
Que ideias tem, com que recursos conta. No fundo, o que pretende fazer?
Por mim, que conheço esta gente de ginjeira, não tenho ilusões, sei o que vai acontecer: vai-se continuar a navegar à vista e tentar anular de todas as maneiras quem ouse colocar pedrinhas na engrenagem.
Já ofereceram as ruas, as avenidas e o parque de estacionamento do hospital para uma empresa privada explorar o estacionamento. A água, entregue a um privado, custa uma barbaridade. O IMI está ao nível que todos conhecem: alto.
Em cena, temos o espectáculo miserável de uma marginal que já foi uma das mais belas do país e hoje é um monumento dedicado à incompetência. Estamos a falar, obviamente, da marginal de Buarcos.
É assim que o concelho da Figueira está sendo gerido. E os figueirenses, não só desconhecem o que se passa, como se deixam embarcar nas promessas que lhes fazem.
Mas, ainda há quem lá das profundezas ouse levantar a voz, proteste, incomode e mostre que está vivo: 
" Não sabe muita gente, mas eu direi, que depois de pagos os três salários e respectivos encargos legais aos funcionários da Junta de Freguesia e de pagos os consumíveis de vida normal discreta e pobre, resta quase nada para realizar as obras e promover as operações que trariam as utilidades e os benefícios esperados justamente pelos nossos eleitores. E a questão resume-se a uma só e sempre a mesma: a nossa Junta de Freguesia está dependente para realizar a maioria das tais obras e promover a maioria das tais operações, da Câmara Municipal da Figueira da Foz, dos recursos vastos que ela possui, passada a crise do passivo que veio do tempo do autarca Santana Lopes e de algum dinheiro para as despesas. Pois é, mas nós não temos a sorte ou o benefício de as nossas necessidades, acima elencadas, caberem nas prioridades da nossa Câmara. Vejam os exemplos da ciclovia e dos passadiços na praia da Figueira e de Buarcos, e de outras obras menos necessárias face às restantes necessidades realizadas pela autarquia principal: que parte do dinheiro gasto nessas obras e noutras seria suficiente para completar a rede de saneamento básico das nossas ruas centenárias? MUITO POUCA! 
Também não podemos exigir ao nosso amigo senhor Presidente da Junta de Freguesia que se transforme num pedinte junto do nosso igualmente amigo senhor Presidente da Câmara Municipal. Nem este senhor o quereria receber como pedinte! A questão é mais séria e chama-se POLÍTICA, eleições, votos suficientes para ganhar outra vez, grupos dominantes face aos grupos dominados e esquecidos que vivem lá para os matos, longe do turismo e dos restaurantes e hotéis. 
HAJA HUMANIDADE! 
Os homens são todos iguais mas há quem pense (e pratique) que há uns que são mais iguais do que os outros, é o que é!"

Júlio César Ferrolho, 26-07-2019, Cova do Moinho.

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