quarta-feira, 12 de junho de 2019

Lembram-se?...



Os Vodkas formaram-se na Figueira da Foz em 1965, tendo na sua génese a Orquestra Infantil do Grupo Caras Direitas. Fausto Azul e Ministro ("Cafum") tinham participado em 60/63 nos Conchinhas, réplica dos Conchas, tocando o seu repertório ("Oh Carol!", "Adão e Eva"...).

Com instrumentos disponíveis nos Caras Direitas (Buarcos), organizou-se uma orquestra de baile com acordeão, bateria, "rabecão", saxofone e viola, tendo como referencia as orquestras de baile existentes como as de Shegundo Galarza e Jorge Costa Pinto.

Em 1965, Fausto Azul foi convidado pelo director de uma colectividade - José Sarmento - a formar um conjunto yé-yé para o qual garantia financiamento e na Casa Ruvina, no Porto, foram comprados um órgão Farfisa, violas EKO e bateria Premier.

Eram então José António Pereira (voz), Ministro Pedro (Cafum) (teclas), Fausto José Azul da Cunha e Costa (viola baixo) e António Barreto da Silva (bateria).

A escolha do nome de Vodkas deu alguma polémica por poder ser associado à URSS, mas o grupo não chegou nunca a ter problemas, actuando em bailes de finalistas, matinées dançantes, festas particulares, bailes de colectividades e no Casino da Figueira.
Pela banda passaram ainda Luís Maurício e Genito (Eugénio) que viriam posteriormente a participar em conjuntos de Coimbra, como os Pops e In Locco.

Fausto Azul esteve na banda até 1969, altura em que foi obrigado ao cumprimento do serviço militar, não tendo já participado na gravação do EP.

António Manuel Barbosa Veríssimo, Cafum, José António Pereira, Tomé e Norton de Matos Ferreira foram os protagonistas do disco, único na carreira do grupo.

Os Vodkas ainda tiveram actividade regular até aos anos 80, tendo então acabado por saturação dos seus elementos.

Na sua primeira saída a Coimbra, pouco após a formação, os Vodkas foram convidados a tocar no Coimbra Clube que, julgavam, era coisa chic.

Como não tínhamos transporte, fomos de comboio com os instrumentos, mandámos fazer uns fatos novos e pensávamos apanhar uns táxis para nos levar (e aos instrumentos) ao dito clube, mas nenhum nos quis levar, com o argumento de que o clube era muito próximo da Estação Nova.

Pedimos então a um peixeiro que nos levasse na sua camioneta (para a venda de peixe) e lá fomos nós de fato novo com calças à boca de sino numa camioneta de caixa aberta para o clube, perante a incredibilidade dos responsáveis da colectividade.

É que para a "barraca" ser ainda maior, o clube não tinha nada de elitista, mas, ao contrário, era o local onde se encontravam as prostitutas da zona e respectivos acompanhantes.

Colaboração de Fausto Azul, viola baixo dos Vodkas

PS - Não se conhece o titular dos direitos sobre este EP.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.