Entrevista a Lídio Lopes: “Duarte Silva não reunia condições para se recandidatar”
Foto Pedro Agostinho Cruz
Por que é que o PSD perdeu as eleições autárquicas para o PS?
Houve um conjunto de circunstâncias que condicionou o mandato. Desde logo, o tempo que o eng. Duarte Silva demorou a decidir se seria ou não candidato, mas também a sua determinada vontade em ser ele a constituir a equipa que iria levar a votos.
Nos dois mandatos de Duarte Silva não foram cometidos erros que possam ter contribuído para os resultados?
Cada caso é um caso… Por exemplo, em relação ao Parque Desportivo de Buarcos, se fosse eu a decidir, não o fazia.Mas não se opôs…
Não me opus… Dou as minhas opiniões em privado.
Quem decidiu que Duarte Silva era o candidato?
A dra. Manuela Ferreira Leite.
Concordou com a escolha?
Não tive espaço de decisão para concordar ou não. Havia uma estratégia do partido que dizia que todos os autarcas em funções seriam candidatos se reunissem as necessárias condições.
E Duarte Silva reunia condições para se recandidatar ao terceiro mandato?
É evidente que não, porque perdeu as eleições.
Foi o resultado previsível?
Havia um enorme descontentamento em relação à gestão das opções pessoais do eng. Duarte Silva. E esse descontentamento acabou por verificar-se através da própria criação do Movimento Figueira 100%. De lembrar que o eng. Daniel Santos era o coordenador do Conselho de Opinião do PSD.
Sentiu-se frustrado por não ter sido o candidato, como pretendia?
Nunca disse publicamente que queria ser candidato.
Ficou magoado (com Duarte Silva) por não ter sido convidado a integrar a lista à câmara?
Fiquei a pensar que, de facto, em política, algumas das decisões que se tomam, a frieza e o afastamento do reconhecimento obriga a algumas decisões. Na altura, fiquei a pensar no percurso que me permiti conduzir, condicionando a minha vida pessoal, para atingir determinados objetivos. Se calhar, não terá sido o melhor percurso, porque é público que eu me candidatei em 2007 (à concelhia) para defender a figura do eng. Duarte Silva.
Sente que o seu trabalho não foi reconhecido?
Sinto que o eng. Duarte Silva sentiu-se muito condicionado para me poder integrar na sua lista.
Quem o condicionou?
Não foi com certeza o trabalho que eu desenvolvi na câmara. Terá sido outra circunstância que o eng. Duarte Silva, se assim entender, dirá.
Vai recandidatar-se à concelhia?
Não sei. Ainda é cedo para tomar essa decisão.
Reconhece que o legado financeiro que o PSD deixou na câmara hipotecou o desenvolvimento do concelho, a curto, médio prazo?
Acho que não, porque se eu olhar para o país encontro muitos outros casos semelhantes. E também consigo encontrar muitas câmaras que, não tendo o desenvolvimento que a Figueira da Foz teve, têm igual dificuldade financeira. (…) Considero a situação financeira da câmara muito preocupante, tal como a do país.
O PSD vai viabilizar a aprovação do orçamento da câmara para 2011?
Mais importante que o orçamento vai ser o programa de saneamento financeiro.
Quem vai apoiar nas eleições à liderança da Distrital de Coimbra do PSD?
A minha vontade, não obstante a minha opinião, vai ter de resultar de um denominador comum muito bem apurado entre aqueles que eu entendo que devem pronunciar-se (na concelhia) sobre o assunto.
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