"Acontece a todos: há alturas em que circunstâncias menos boas convergem nos nossos dias e fazem deles maus dias. Nessas alturas, a pressão que sentimos pode fazer-nos ter reações invulgares ou dizer coisas que não queremos. Quero acreditar que foi isso que aconteceu ao Sr Presidente da Câmara da Figueira quando foi entrevistado para este jornal, uma semana depois dos terríveis acontecimentos associados à tempestade Leslie. Responder à menção de que o Presidente é o responsável máximo da Proteção Civil com “Essa é uma coisa vaga” dá ideia de um desconhecimento que por certo não é real: a lei 65/2007 (que regula os Serviços Municipais de Proteção Civil) é clara quando diz “O presidente da câmara municipal é a autoridade municipal de proteção civil.” E diz ainda que ele “… é competente para declarar a situação de alerta de âmbito municipal”. Resumir os estragos a “uns telhados” e apresentar isso como justificação para ser preferível ficar no gabinete a contactar as autoridades em vez de visitar as pessoas e locais afetados, parece duma insensibilidade que não é comum ou desejável em quem desempenha cargos públicos. Dizer que o Presidente da República (que vai a todo o lado) não veio à Figueira porque “não tinha conhecimento dos danos causados” é surpreendente e faz-me perguntar “Quem o devia ter informado?”
Tamanho desprendimento só pode ter sido dos dias maus. Oxalá passe depressa."
Dias maus, uma crónica de João Armando Gonçalves, professor do ensino superior, publicada no DIÁRIO AS BEIRAS.
Tamanho desprendimento só pode ter sido dos dias maus. Oxalá passe depressa."
Dias maus, uma crónica de João Armando Gonçalves, professor do ensino superior, publicada no DIÁRIO AS BEIRAS.
Et voilà!
ResponderEliminarP.S. Os dias maus do autarca, a mim, tanto se me dá. Importante mesmo, são os dias maus para os municípes.