Na Marinha das Ondas a hora é de alerta e de luta
Na sessão da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, que se realizou na passada quinta-feira, MANUEL RODRIGUES NADA, presidente da Junta da Marinha das Ondas, mostrou para que serve um autarca de base ao manifestar de forma serena, mas clara e sem tibiezas, a sua oposição à instalação de uma unidade de tratamento e valorização de produtos orgânicos numa antiga pocilga da freguesia à Assembleia Municipal.
Manuel Rodrigues Nada apelou ao executivo camarário para não aprovar o licenciamento para aquele local.
O presidente João Ataíde, perante a posição clara do presidente da Marinha das Ondas (“não aceitamos que seja instalada a 86 metros de um restaurante, a 873 de outros dois restaurantes, a 640 de Sampaio e a 1200 dos Matos!”), esteve ao nível a que habituou os figueirenses: “tudo o que seja para melhorar a pré-existência, é bem-vindo”!
“Não indicaria o lugar se não houvesse a pré-existência”, disse João Ataíde, acrescentando que a instalação daquela unidade terá “um significativo impacte ambiental, na medida em que é mais um produto que é reciclado”. “Vamos estando atentos às vossas reivindicações, e na altura analisaremos o processo”, acrescentou.
Hoje, no jornal AS BEIRAS, João Vaz, consultor de sustentabilidade, escreve uma crónica sobre o problema.
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Via AS BEIRAS |
"Cansados de tanta agressão ambiental, os cidadãos da Marinha das Ondas manifestaram-se esta semana contra a eventual localização de uma nova indústria na sua freguesia. Os incómodos diários são diversos, sendo o mais evidente os maus cheiros libertados pelas celuloses. Muitas vezes quem “está de fora” pensa erradamente: “eles já estão habituados”. Não é verdade. Ninguém se habitua ao “mau cheiro”, seja ele permanente ou temporário. As pessoas sofrem em silêncio, a sua saúde fica a médio e longo prazo comprometida. Isto perante o reduzido interesse manifestado pelas autoridades locais em resolver os problemas, ou pelo menos mitiga-los. Há passividade face os “interesses económicos em causa”, e assim, sem líderes, a população resigna-se e aceita a situação sem se manifestar publicamente. Por isso, a expressão do presidente de Junta da Freguesia da Marinha das Ondas, a “sanita do concelho”, teve impacto na imprensa regional. Assumir este epíteto é quebrar com o tal conformismo, assumindo uma legítima vitimização. Isto no seguimento da notícia do licenciamento de um centro de tratamento de centenas de milhares de toneladas de resíduos com origem na indústria agropecuária, misturados com lamas de ETAR. O problema dos odores, no transporte e tratamento, é um desafio de engenharia complexo e não pode ser menosprezado porque “lá nessa terra, já cheira mal”. As pessoas têm razões para estar atentas e preocupadas, já toleram muito, na Marinha das Ondas."
Porque a população do sul do concelho não é "a sanita do concelho", o povo tem de comparecer em massa na Assembleia de freguesia, que era para ter sido realizada ontem, dia 28 de setembro, mas que foi interrompida e, posteriormente adiada para o dia de hoje, 29 de setembro, porque a ACRD de Matos foi muito pequena para o número de populares presentes!
A população aderiu em massa!
A Assembleia realiza-se hoje, dia 29 de setembro, pelas 20:30h, no gimnodesportivo da Marinha das Ondas.
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