"Se este livro não der polémica é porque a cidade morreu"- Fernando Cardoso
«Um testemunho de vida e devido»
É desta forma que António Ventura entende a obra agora apresentada. Para o autor do prefácio, “este livro é um testemunho de vida e devido, com uma dimensão colectiva”.
O jornalista falou da gestão autárquica de Joaquim de Sousa “num período difícil da vida nacional”, considerando que “em 3 anos a Figueira da Foz recuperou a sua identidade e mostrou-se ao mundo”, dando como exemplo a realização de eventos que ultrapassaram as barreiras nacionais mas também a realização do Dia do Figueirense ou a criação da Casa da Figueira da Foz em Lisboa.
Para António Ventura, Joaquim de Sousa abraçou uma liderança camarária de “transparência na gestão da res pública com medidas superiores à partidarite aguda. O seu poder era a forma de poder fazer e nunca foi a voz do dono, sempre o dono da sua voz, permitindo que o erário público fosse respeitado e não desbaratado”.
A terminar, disse que “há líderes que sem poder, têm seguidores, pela sua credibilidade. Assim é Joaquim de Sousa”.
“Hoje andamos a discutir foguetes, folclore e espectáculos”
Joaquim de Sousa confessou que neste livro pretendeu reunir alguma memória mas também fazer uma reflexão das últimas 3 décadas na Figueira da Foz.
Invocou a memória de Coelho Jordão (antigo presidente da Câmara Municipal) defendendo que “a Figueira da Foz precisava, nessa altura, de ter vida própria e desenvolver-se economicamente, porque só o Turismo não chegava”. Foi neste contexto que a fábrica de pasta de papel Celbi nasceu na Figueira da Foz: “nos anos 60 era já sensível a percepção de que o boom do Algarve, Mediterrâneo e outras praias comprometia a «clientela» da Figueira da Foz. A vinda da Celbi veio assim dar vida e emprego sustentável todo o ano”.
Olhando para o presente, Joaquim de Sousa diz que “hoje andamos a discutir foguetes, folclore e espectáculos quando o problema é criar uma vida económica todo o ano. Estamos transformados numa praia de proximidade, em que ficamos a ver passar o cortejo, vivemos numa ilusão e a pouco e pouco fomos transformados numa praia de ida e volta. A Figueira da Foz sempre foi uma praia familiar e o que se faz hoje é «sunsets». Antigamente havia uma linha constante de captação dos pais através das crianças”, organizando eventos a elas especialmente direccionados. “A linha de hoje é dos espectáculos e até tivemos uma empresa (municipal), com mais «olhos do que barriga»".
Joaquim de Sousa recordou ainda o antigo presidente de Câmara, já falecido, Duarte Silva.
“No seu mando tentou reverter alguma situação e fez obra, como a nova Ponte dos Arcos ou a instalação da central de ciclo combinado da EDP em Vila Verde. Mas estava condicionado pela herança que teve. Aguentou com a máxima correcção, mas foi um sacrificado pela Figueira da Foz”.
“Reabilitação urbana traçada na prancheta”
Ironicamente, considera que “fazer reabilitação urbana nesta altura do ano é óptimo, é a melhor altura”. E deixa uma dúvida: “quais são os estudos de trânsito que deram origem a esta reabilitação urbana traçada na prancheta?”.
Na sua opinião, “tudo isto é um rematado disparate só porque há fundos comunitários, quando há muito mais a fazer”.
Defendeu que “as autarquias hoje são agências de espectáculos para divertir, é tudo um circo e o tecido urbano está na mesma. Esta situação pode ser corrigida, acredito nisso, mas só a médio/longo prazos. Um dos problemas é que a Figueira não tem «quadros», estão todos fora por falta de emprego, mas vai aparecer uma geração que diga «basta»”.
Já perto do final da sua intervenção, deixou uma reflexão: “acredito que vamos ainda ter um presidente de Câmara que motive a cidade e as forças vivas”.
Via Figueira na Hora
Nota de rodapé.
foto José Santos |
É desta forma que António Ventura entende a obra agora apresentada. Para o autor do prefácio, “este livro é um testemunho de vida e devido, com uma dimensão colectiva”.
O jornalista falou da gestão autárquica de Joaquim de Sousa “num período difícil da vida nacional”, considerando que “em 3 anos a Figueira da Foz recuperou a sua identidade e mostrou-se ao mundo”, dando como exemplo a realização de eventos que ultrapassaram as barreiras nacionais mas também a realização do Dia do Figueirense ou a criação da Casa da Figueira da Foz em Lisboa.
Para António Ventura, Joaquim de Sousa abraçou uma liderança camarária de “transparência na gestão da res pública com medidas superiores à partidarite aguda. O seu poder era a forma de poder fazer e nunca foi a voz do dono, sempre o dono da sua voz, permitindo que o erário público fosse respeitado e não desbaratado”.
A terminar, disse que “há líderes que sem poder, têm seguidores, pela sua credibilidade. Assim é Joaquim de Sousa”.
“Hoje andamos a discutir foguetes, folclore e espectáculos”
Joaquim de Sousa confessou que neste livro pretendeu reunir alguma memória mas também fazer uma reflexão das últimas 3 décadas na Figueira da Foz.
Invocou a memória de Coelho Jordão (antigo presidente da Câmara Municipal) defendendo que “a Figueira da Foz precisava, nessa altura, de ter vida própria e desenvolver-se economicamente, porque só o Turismo não chegava”. Foi neste contexto que a fábrica de pasta de papel Celbi nasceu na Figueira da Foz: “nos anos 60 era já sensível a percepção de que o boom do Algarve, Mediterrâneo e outras praias comprometia a «clientela» da Figueira da Foz. A vinda da Celbi veio assim dar vida e emprego sustentável todo o ano”.
Olhando para o presente, Joaquim de Sousa diz que “hoje andamos a discutir foguetes, folclore e espectáculos quando o problema é criar uma vida económica todo o ano. Estamos transformados numa praia de proximidade, em que ficamos a ver passar o cortejo, vivemos numa ilusão e a pouco e pouco fomos transformados numa praia de ida e volta. A Figueira da Foz sempre foi uma praia familiar e o que se faz hoje é «sunsets». Antigamente havia uma linha constante de captação dos pais através das crianças”, organizando eventos a elas especialmente direccionados. “A linha de hoje é dos espectáculos e até tivemos uma empresa (municipal), com mais «olhos do que barriga»".
Joaquim de Sousa recordou ainda o antigo presidente de Câmara, já falecido, Duarte Silva.
“No seu mando tentou reverter alguma situação e fez obra, como a nova Ponte dos Arcos ou a instalação da central de ciclo combinado da EDP em Vila Verde. Mas estava condicionado pela herança que teve. Aguentou com a máxima correcção, mas foi um sacrificado pela Figueira da Foz”.
“Reabilitação urbana traçada na prancheta”
Ironicamente, considera que “fazer reabilitação urbana nesta altura do ano é óptimo, é a melhor altura”. E deixa uma dúvida: “quais são os estudos de trânsito que deram origem a esta reabilitação urbana traçada na prancheta?”.
Na sua opinião, “tudo isto é um rematado disparate só porque há fundos comunitários, quando há muito mais a fazer”.
Defendeu que “as autarquias hoje são agências de espectáculos para divertir, é tudo um circo e o tecido urbano está na mesma. Esta situação pode ser corrigida, acredito nisso, mas só a médio/longo prazos. Um dos problemas é que a Figueira não tem «quadros», estão todos fora por falta de emprego, mas vai aparecer uma geração que diga «basta»”.
Já perto do final da sua intervenção, deixou uma reflexão: “acredito que vamos ainda ter um presidente de Câmara que motive a cidade e as forças vivas”.
Via Figueira na Hora
Nota de rodapé.
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