António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
domingo, 15 de abril de 2018
Socialismo de charme (o charme não se ostenta : intui-se!)
Não é o 25 de Abril que vai ser comemorado.
O que vai ser comemorado é o retrocesso de todos os valores de Abril, para o qual o PS deu o seu precioso e decisivo contributo.
Em nome de um economicismo balofo que sobrepuseram às pessoas, descaracterizaram tudo o que de positivo foi sendo feito ao longo anos que se seguiram a Abril de 1974.
Falta broa, conduto, saúde e educação em nome do quê?
Nada mais adequado, portanto, para estes socialistas de direita, do que comemorar Abril num hotel de charme...
O 25 de Abril, para os socialistas, começa a ter o estatuto de efeméride.
1 comentário:
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.
Desabafo de uma militante com memória.
ResponderEliminarEste jantar de comemoração de 25 de Abril, sempre foi organizado pela Secção do PS Buarcos, sempre realizado no dia 24 (madrugada da liberdade) em Buarcos, a maioria das vezes no Teimoso (com preços muito acessíveis a todos os socialistas e não 15 euros, como agora no Hotel de luxo Mercure). Pelo Teimoso, passaram os históricos líderes socialistas: Mário Soares, Guterres, Jorge Sampaio, entre outros. Também foi no Teimoso, que Almeida Santos fez a sua última intervenção política, num almoço de apoio à candidatura de Maria de Belém, vindo a falecer no dia seguinte. Esta infeliz escolha, é um desrespeito à memória dos militantes e aos valores históricos do PS de Buarcos. Pobre PS, para onde vais?!