Foto de Alfredo Cunha Nunca pensei viver para ver isto: a liberdade – (e as promessas de liberdade) restauradas. Não, na verdade, eu não pensava – no negro desespero sem esperança viva – que isto acontecesse realmente. Aconteceu. E agora, meu general? Tantos morreram de opressão ou de amargura, tantos se exilaram ou foram exilados, tantos viveram um dia-a-dia cínico e magoado, tantos se calaram, tantos deixaram de escrever, tantos desaprenderam que a liberdade existe – E agora, povo português? Essas promessas – há que fazer depressa que o povo as entenda, creia mais em si mesmo do que nelas, porque elas só nele se realizam e por ele. Há que, por todos os meios, abrir as portas e as janelas cerradas quase cinquenta anos - E agora, meu general? E tu povo, em nome de quem sempre se falou, ouvir-se-á a tua voz firme por sobre os clamores com que saúdas as promessas de liberdade? Tomarás nas tuas mãos, com serenidade e coragem, aquilo que, numa hora única, te prometem? E agora, povo português? Jorge de Sena, 40 anos de servidão |
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