António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
... não sou adepto do porreirismo, mas sou um gajo porreiro. Acreditem. Mas...
..."I am the king of the world"!
Do alto da serra tudo avisto...
Contudo, quando estou no vale e olho lá para cima, sento-me pequenino.
No entanto, sou a mesma pessoa, a perspectiva é que mudou.
Nada mais.
Nunca me iludi, nem com a minha pequenez, nem com a minha falsa grandiosidade. Ambas são adjectivas ao substantivo que somos, apesar das circunstâncias exteriores se modificarem...
Nunca me preocupei com o futuro.
Nunca me senti culpado por continuar a não saber muito bem o que pretendo da vida.
A maior parte das pessoas interessantes que conheço não tinham, tal como eu, aos 20 anos, nenhuma ideia do que fariam na vida.
E a pessoa mais interessante que conheço, aos 64, ainda não sabe.
Todos os dias, pelo menos, faço uma coisa que me assusta.
Canto.
Não tolero quem trate os meus sentimentos, mais profundos e mais autênticos, de forma irresponsável ou leviana.
Relaxo.
Gentil, sinto que deveria ser mais com os meus joelhos: vou sentir culpa e a falta que me fazem, quando eles deixarem de funcionar.
Tenho de perder peso.
Nunca me orgulho nem me auto-critico demasiado.
Todas as minhas escolhas tiveram sempre 50% de hipóteses de dar certo.
Sempre tive cuidado com as pessoas que dão conselhos, mas já fui mais paciente com elas.
Conselhos são uma forma de nostalgia.
E eu, por vezes, já sou nostálgico de mais para o meu gosto...
1 comentário:
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.
Ressalvando que concordo contigo no "diagnóstico" de que há mais "matéria" na intenção, do que aquilo que passa cá para fora como fundamento para o despejo, não consigo perceber bem quais são as afirmações do artigo, que sejam assim tão cínicas e deprimentes. Não vejo sequer que as mesmas possam ir no sentido de "apoio" à intenção que existe de substituir o existente por algo que sirva apenas a um interesse privado. Não diz ele que acha bem que seja devolvido a todos nós?
ResponderEliminarEntão?