António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
A morte de Belmiro de Azevedo e a votação do voto de pesar no Parlamento
Também ontem, o Parlamento aprovou um voto de pesar pela sua morte.
No entanto a votação não foi unânime.
O PCP votou contra o voto de pesar pela morte de Belmiro de Azevedo, enquanto BE e Verdes se abstiveram. As restantes bancadas parlamentares (PSD, CDS, PS e PAN) votaram a favor, o que conduziu à aprovação do voto de pesar apresentado pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues.
Paz à sua alma.
A proposta e aprovação do "voto de pesar" no Parlamento, foi algo de muito significativo e marcante sobre o que é Portugal.
1. Confirma a inversão total de valores da sociedade em que vivemos.
2. Confirma a ausência de Política nas nossas Vidas.
3. Confirma a submissão da Política ao Poder Económico.
4. Confirma que a maioria da "classe política", ligada ao tal bloco central do poder, que tem decidido as nossas vidas ao longo de décadas, mais não é do que o somatório de funcionários - ou candidatos a... - dos Poderes Económicos que, há muito tempo e cada vez mais, "mandam nisto tudo"!..
5. Para além de ser ultrajante para o povo viver numa sociedade assim, não dá tranquilidade a ninguém.
Um "voto de pesar" no Parlamento, deveria ser só para figuras Grandes.
Não para figuras MUITO RICAS!
Essas, têm o destaque no local próprio: na Forbes.
As homenagens no Parlamento, a Casa da Democracia, deveriam deveriam estar balizadas por outros valores, que não a conta bancária...
Portugal precisava de uma maior intervenção da sociedade civil na política, pois esse é o único caminho para libertar o poder político da esfera das "grandes corporações financeiras".
1 comentário:
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.
Concordo na totalidade com o final da tua colocação.
ResponderEliminarAquilo que ouvi dizer (e vou pesquisar) é que o seu início teve origem num ato que um dos banqueiros Magalhães não aprovaria/aprovou.