Tomou ontem ao fim da tarde posse o novo executivo camarário presidido por João Ataíde.
É o terceiro e último mandato.
No primeiro discurso deste mandato, anunciou a isenção de derrama municipal para pequenas unidades industriais, a fim de estimular a instalação de mais empresas no concelho. Esta foi, recorde-se, uma proposta do PSD, no mandato que ontem terminou.
“Pretendemos abolir, durante o mandato que agora se inicia, a derrama para as pequenas sociedades, estimulando a localização de novas unidades empresariais”.
Ainda no âmbito da política fiscal, João Ataíde garantiu que irá manter o benefício municipal do IRS.
“Este benefício, devolvido aos munícipes e verificável na liquidação do IRS, representa uma forma mais justa de distribuição de benefício, porque afeta todas as famílias figueirenses fiscalmente residentes e que aqui, no concelho, contribuem com os seus impostos”.
João Ataíde destacou, por outro lado, a criação de mexidas no turismo, sector que, desde a extinção da empresa municipal FGT, está sob a alçada directa do presidente e integrado numa divisão.
“O sector do turismo receberá o nosso empenho. Entendemos que é crucial para muitos operadores, população em geral, o reforço identitário da própria cidade”.
Vá lá, vale mais tarde do que nunca!..
Ainda a propósito deste ramo de actividade, anunciou a criação da Comissão Municipal de Turismo, que segundo João Ataíde, “permitirá adequar e ajustar as políticas neste sector aos interesses públicos globais”.
E deixou a promessa: “investir-se-ão esforços para a continuidade e crescimento de eventos âncora, como é exemplo o Sunset, e criar-se-ão condições para que os operadores possam criar diversificadas ofertas e chegar a novos segmentos turísticos, combatendo a sazonalidade”.
O presidente escolhido por alguns figueirenses garantiu que a autarquia está preparada para receber da Administração Central nova delegação de competências.
“Conseguiremos importantes melhorias na resposta aos cidadãos. Temos, hoje, um município técnica e financeiramente preparado para ir mais longe e ser mais ambicioso”.
Na oportunidade, revelou que vai transferir mais autonomia para as freguesias.
“Reforçaremos, até ao limite legal e da eficiência, as competências das juntas de freguesia e trataremos todas, à semelhança dos últimos oito anos, com equidade e transparência”.
O autarca não esqueceu no seu discurso a falta de ensino superior na cidade, que já teve duas universidades.
“Temos realizado todos os esforços e contactos, e temos encontrado muitas dificuldades, advindas do próprio sector do ensino. Mas temos feito a nossa parte e propostas condições de apoio muito incentivadoras”. E deixou a promessa: “não desistiremos e temos confiança que possamos alcançar este objectivo”.
O actual mandato começa com o arranque, nos próximos meses, de obras de requalificação urbana no valor de oito milhões de euros.
E pronto. Quase sem darmos por isso, na Figueira as coisas vão lenta mas inexoravelmente retornando ao seu velho esquema de sempre.
Aí temos de novo a arrumação dos velhos hábitos, de novo aquela ansiedade para que chegue o fim de semana.
Afinal nada mudou. Houve apenas uma pequena interrupção, no decorrer da campanha eleitoral, nos hábitos dos figueirenses!
Nesse curto período, prometeram-nos uma Figueira diferente...
A realidade, vai ser mais do mesmo.
Neste momento, em que para bem de todos nós, gostava sinceramente de acreditar nisso a sério, lembro-me das palavras de António Aleixo.
"Vós que lá do vosso império prometeis um mundo novo, calai-vos, que pode o povo querer um mundo novo a sério".
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