Chama-se Sérgio Balças, tem 39 anos e é natural de Quiaios.
No passado fim de semana, voluntariou-se para ajudar a combater o fogo na sua freguesia. Em declarações ao jornal As Beiras, explicou o que o levou a colaborar com os bombeiros. “Se os incêndios são na minha zona, conheço o terreno e ajudo. Assim que cheguei, peguei na motoquatro e fui para a linha da frente. Havia um grupo de amigos que se juntou com uma carrinha da junta e um tanque pequeno e começou a combater o fogo. Houve um outro grupo que juntou mantimentos e bebidas para os bombeiros”. E acrescentou: “um sapador florestal ficou sozinho porque um colega sentiu-se mal e eu voluntariei-me para ir com ele combater as chamas, durante mais de 24 horas seguidas”.
Sérgio Balças recordou o tempo em que era voluntário da Cruz Vermelha.
Naquela altura, segundo disse ao jornalista, “também ajudava no combate ao fogo”.
A ajuda dos populares, que em várias frentes do fim de semana infernal actuaram sozinhos, foi uma ajuda preciosa no combate às chamas. Sérgio Balças foi uma das pessoas que arriscou a sua integridade física para tentar amansar a fúria das chamas.
No entanto, disse que “não gostava de ser bombeiro, porque a sua profissão é cozinheiro”.
Nuno Osório, comandante operacional da Proteção Civil Municipal e dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz, afirmou ao diário As Beiras que não se recorda do caso concreto daquele popular quiaense. No entanto, reiterou aquilo que dissera à reportagem que o jornal As Beiras publicou esta semana: “a ajuda dos populares é sempre bem-vinda na defesa dos seus bens”.
Sérgio Balças decidiu juntar-se ao esforço colectivo para proteger a sua freguesia. Nunca pensou que tal atitude viesse a ter a repercusssão que teve.
Isso aconteceu de maneira acidental.
O jornalista Jot’Alves, na peça que assina no jornal As Beiras e que temos vindo a citar, dá a explicação.
O rosto expressivo e marcado pelo fumo do bombeiro amador captado pela objectiva do fotojornalista Pedro Agostinho Cruz, que o profissional da fotografia descarregou no Facebook, está a ser partilhado naquela rede social.
“Herói” acidental do ciberespaço, que cria e destrói heróis à velocidade do som?
A esta pergunta Sérgio Balças responde.
“Sou uma pessoa normal que, quando é preciso, arregaça as mangas e faz o que é preciso fazer”.
O quiaense, a terminar, referiu que trabalhou como cozinheiro, a sua profissão, em hotéis e cruzeiros de luxo. Neste momento, no entanto, trabalha numa empresa de instalação de andaimes, porque a restauração figueirense não quer pagar um salário adequado à sua categoria profissional.
É natural que o senhor comandante dos municipais não tenha visto o Sérgio. Também andei por lá a partir da sinalização das primeiras sirenes que ouvi em Quiaios, colaborando como me era possível no espaço que vai de Quiaios ao Ervedal e mais à noite junto à duna e não me cruzei com o senhor comandante em lado nenhum. Só na segunda de manhã é que vi o senhor comandante no posto de comando do Limoges porque tive necessidade de obter informações da proteção cível. Com o Sérgio cruzei-me tantas vezes que nem me lembro o numero. E fico por aqui...deixarei para mais tarde e no local próprio a minha visão do que aconteceu em Quiaios depois do fogo ter deflagrado.
ResponderEliminarA.Marques
Deixo apenas uma pergunta :Será que os bombeiros e quem os comandou conheciam aquela zona?
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