Grande país… onde Dylan não teria chegado ao segundo disco, onde Cohen seria escarnecido por estar a “dormir” no palco em vez de cantar, onde Frank Zappa seria crucificado por insultar reiteradamente a falta de consistência do público… onde o Zeca (ah! Como todos gostamos do Zeca!!!) morreu sem meios de subsistência e ignorado (quase) por todos.
Grande país… onde repentinamente tudo, incêndios, vítimas, responsabilidades, solidariedade, oportunismo de meia-dúzia, hipocrisia de alguns e a ingenuidade de muitos, fica soterrado sem remissão debaixo da avalanche provocada por um “fait-divers” que não merece mais do que uma boa gargalhada à volta de umas imperiais numa esplanada.
Parafraseando António Nobre… «Georges, anda ver o meu país de… virgens ofendidas.»"
Via Samuel Quedas
Nota de rodapé.
O peido Salvador...
... ó Sobral, apenas lhes disseste que tinham o mau gosto das carneiradas, que há um ano fazias com a boca e ninguém te ligava e agora se o fizeres com o traseiro, no Meo Arena, até palmas te batem. Mas eles não perceberam, porque o peido,
o peido, Salvador,
o peido que tu não deste, não deste tu, foram eles,
Pum! Traque!
Viva o Mário-Henrique, que os topou:
A MINHA QUERIDA PÁTRIA
os camões
os aviões
e os gagos-coutinhos
coitadinhos
a pátria
e os mesmos
aldrabões
recém-chegados
à democracia social
era fatal
a pátria
novos camões
na governança
liderando
as mesmas
confusões
continuando
mesmo assim
as velhas tradições
de mau latim
da Eneida
enfim
sabem que mais?
pois
vou da peida
O sôr Salvador foi incorreto e não há volta a dar a isto. Participava num espetáculo de angariação de fundos e de homenagem à memória das vítimas do incêndio que originou mortes, muitas mortes. Não pode abastardar o momento com o peido que não deu, só porque estará inchado (e se calhar com razão) com o vento que a generalidade dos portugueses lhe sopra face à vitória que teve.
ResponderEliminarSe fosse num espetáculo dele, podia até borrar-se no palco pois só se representava a si mesmo. Ali, naquele dia no Meo Arena, representava um País que chorava os seus conterrâneos e que colaboravam com a sua presença e os seus donativos tentando, desse modo, aligeirar a desgraça havida. Não foi correto!