domingo, 9 de abril de 2017

MORREU UM GRANDE LUTADOR. A FIGUEIRA E A COVA E GALA ESTÃO MAIS POBRES.

Manuel Luís Pata, 22 de Novembro de 1924/9 de Abril de 2017
Manuel Luís Pata nasceu na Gala, actual freguesia de S. Pedro, no dia 22 de Novembro de 1924.
Era filho, neto e bisneto de marítimos oriundos de Ílhavo, os primeiros povoadores da Cova, aí pelo ano de 1742.
Fiel às suas raízes, fez-se ao mar, em 1943, como ajudante de motorista no lugre “Ana I”.
Habilitado em 1946 com a carta de motorista, foi trabalhar para a Empresa de Navegação Limpopo, de Lourenço Marques, Moçambique, creio que em 1948.
Entre Moçambique e Portugal continental foi fazendo a sua vida, sempre ligado ao mar, tendo realizado duas campanhas à pesca do bacalhau.
Depois do 25 de Abril de 1974, veio de vez para a sua Terra natal, onde terminou a sua actividade profissional como empresário na área da restauração.
Já na reforma, contra tudo e contra todos, como sempre foi  “a sua imagem de marca”, dedicou-se à escrita e publicou 4 livros. Três sobre “A Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau - Achegas para a sua História - Vol. I, II e III, dados à estampa em 1997, 2000 e 2003. Em 2005, publica a quarta obra : “Memórias de Moçambique”.
Recentemente, no final de agosto do ano passado, publicou  "A CONSTRUÇÃO NAVAL E A INDÚSTRIA BACALHOEIRA NA FOZ DO MONDEGO…".
Apesar dos da idade e  algumas maleitas físicas, não parou praticamente até aos últimos dias de vida. Conforme me confessou um dia, enquanto tomávamos um café numa esplanada da Cova, apesar das dificuldade que existiam para publicar. Como ele próprio dizia: “santos de casa não fazem milagres”.
Como escrevi, um dia , numa crónica para o extinto “linha do oeste”, para mim, Manuel Luís Pata não era, ao contrário do que muitos julgam, até talvez ele próprio, um Homem teimoso. Foi sempre, isso sim, do meu ponto de vista, um dos raros exemplos de verdadeira perseverança que conheço...
A coluna vertebral permite que caminhemos de forma erecta. 
Utilizar a coluna para andarmos levantados, fazendo frente a quem não quer que a usemos para esse fim, é um dever de cidadania. 
Manuel Luís Pata é um desses raros cidadãos: continuou erecto e consequente até ao fim...
As minhas sentidas condolências à Família.

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