domingo, 23 de abril de 2017

Breve apontamento sobre a ternura

Por onde anda a ternura? 
Que é feito dela? 
Nos dias que passam, só a vemos num ou noutro apontamento de alguém mais sensível! 
Desapareceu da nossa conviviabilidade. 
Tornaram-nos números.
E os números não se compadecem com a ternura...

A ternura, a meu ver, não é um sentimento.
Porém, é uma maneira de estar na vida que fortalece qualquer relação.
A ternura é das coisas mais belas que podem ser vistas por um ser humano.
É, também, das mais fáceis de serem mostradas ao outro,  porque é traduzível em actos concretos. 
E há tanta forma de demonstrarmos a nossa ternura!

Hoje de manhã, no decorrer do meu passeio matinal, encontrei este casal estrangeiro, calmamente sentado a olhar o mar do meu Cabedelo enquanto iam tomando o pequeno almoço.
Há muito que percebi, que as melhores coisas das nossas vidas não são adquiridas pelo dinheiro.
A ternura e a beleza são duas delas.
Só na Aldeia consigo encontrar  momentos como este, de ternura e beleza, em harmonia com a natureza.
Não me roubem a beleza deste olhar, para me darem o contraste,  com a  feia imagem de mais um muro, daqueles que enxameiam a cidade.

Só uma paisagem destas nos pode fazer sentir a entrega. 
A partilha sublime. 
A fome de pele. 
O desejo anunciado. 
Um amor que se exibe. 
Um sorriso. 
Um amparo que se oferece. 
No fundo, o que todos queremos: um assomo de felicidade...

1 comentário:

  1. Somente um apaixonado consegue ter a sensibilidade de observar, com conteúdo, os pormenores que o ladeiam na sua passagem. Essa de fome de pele.............
    És um apaixonado e por isso ainda vais sofrer muito.
    Sentir de Amigo.

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