"O PDM é um instrumento demasiado importante para ficar só nas mãos dos técnicos e políticos.
Uns e outros tendem a pensar que o “PDM sou eu”, e querem zonas de expansão urbana (“para os filhos”) onde há espaços agrícolas.
O PDM merece um amplo debate público mesmo que seja contaminado pelas pretensões individuais de valorização fundiária.
O debate começa mal, dado que é difícil a leitura do relatório e do regulamento do PDM. Os objetivos concretos da revisão do PDM são pouco evidentes. Falta um “resumo executivo”. O relatório perde-se em muitas estatísticas, quadros e tabelas.
São 17 maçadoras páginas de “indicadores demográficos” que terminam sem uma conclusão.
Faltam conclusões do tipo: “a população estagnou, o número de casas aumentou exponencialmente, há milhares de edifícios em ruína num país endividado e sem capital próprio”.
A Câmara tem razão, na teoria: “redefinem-se os aglomerados tendo em conta o que existe já construído no território, evitando a continuação da dispersão do edifi cado”. Um objetivo claro mas para o qual não apresenta evidências.
Há muitas questões sem resposta no PDM.
Quantos edifícios novos permite a revisão do PDM e em que freguesias?
O que vai acontecer a espaços verdes como a Qta. Santa Catarina? Vai ser urbanizado?
Falta à revisão do PDM uma visão factual e apurada do que queremos para o concelho.
Pessoalmente, sinto alguma frustração, pouco se aprendeu com os erros do passado."
"O PDM sou eu e… os meus filhos", uma crónica de João Vaz, consultor de sustentabilidade, no jornal AS BEIRAS.
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