Crónica publicada ontem no jornal AS BEIRAS por Isabel Maranha Cardoso, economista.
"Recordemos que até 2007 a nossa dívida pública e as suas taxas de juro implícitas estiveram sempre na média da UE, sempre alinhadas com as da zona Euro, inclusive com as dos países mais ricos. Mas tínhamos um inegável e visível problema, sério, de dívida externa, o que que nos punha no topo da Europa.
Essa dívida externa era privada, era do sector bancário. O desencadear da crise financeira nos EUA, que contagiou os sistemas bancários e financeiros europeus, levou-nos a dificuldades de obtenção dos financiamentos necessários para a economia e a perder o acesso aos mercados. O Estado teve que intervir e a dívida, que era essencialmente privada, passou rapidamente a pública surgindo assim o problema da dívida soberana!
A dimensão e fragilidade da nossa economia e as nossas próprias debilidades estruturais deixaram-nos, naturalmente, mais desprotegidos que os outros estados da EU a uma situação internacional desfavorável. A este problema juntou-se também uma má perceção e gestão da crise, aliada a um “discurso moral da Europa rica” que solidariamente empresta aos “pobres”.
Foi isto essencialmente que aconteceu… não houve copos nem mulheres! … Nem diabo! Ontem foi confirmado pelo INE, superando as previsões de todas as instituições internacionais e do próprio Governo, que as necessidades de financiamento público se fixaram em 3,8 mil milhões de euros (2,1% do PIB), o valor mais baixo desde 1974!"
Nota de rodapé.
E seu pensar e disser que Jeroen Dijsselbloem não sabe parar de beber e, por isso, saiu-se com esta pérola:
* "O presidente do Eurogrupo, acusou o Sul da Europa de desperdício de dinheiro em "copos e mulheres", durante a crise que conduziu aos resgate financeiro de países como Portugal, Grécia ou Espanha. E recusa pedir desculpas."
É que sendo uma pessoa educada, não me atrevo a chamar ao presidente do Eurogrupo de mentiroso, pelo que só posso pensar que tenha bebido uns copos!..
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