António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 18 de fevereiro de 2017
Com a abstenção dos vereadores do PSD, foi aprovado concurso público para a reconversão e exploração da piscina-mar
Neste caso, para os próximos 50 anos. Uma vida.
Se a proposta é sólida ou não, teremos 50 anos para ver.
Entretanto, a opção da oposição, é a abstenção.
Assim estão os vereadores PSD/Figueira: não tomam posição, vão-se abstendo, que o mesmo é escrever, vão empurrando com a barriga.
E já lá vão uns anitos. Quatro anitos. Quatro
É assim que tudo se deixa construir ou destruir: não tomando posições claras.
Continuemos a sorrir...
O concurso público de reabilitação, reconversão e exploração do complexo da piscina-mar foi aprovado ontem, na reunião de câmara, com os votos a favor da maioria PS e a abstenção do PSD, que através de João Armando, fez saber que concorda «que haja uma solução para o complexo», mas manifestou dúvidas de que a proposta em causa seja «suficientemente sólida».
A parte da proposta que tem a ver com a arquitetura foi apresentada por Carlos Figueiredo, autor do projeto e último concessionário deste equipamento municipal.
A obrigatoriedade da manutenção da estalagem e da cobertura (transparente) da piscina, para poder ser utilizada durante todo o ano, mantém-se, assim como a possibilidade da utilização do antigo solário para outros fins – nomeadamente, aumentar a capacidade hoteleira, de 13 para 19 quartos. Confirma-se a esplanada na Avenida 25 de Abril, com o necessário alargamento do passeio, e as lojas. Poderão ainda ser instalados um ginásio, uma talassoterapia, entre outros serviços. Por outro lado, vai ser colocado um elevador, com acesso à piscina e à zona hoteleira. O actual espaço de restauração também se mantém.
Entretanto, em vez de 30 anos com possibilidade de renovação por dois períodos de 10 anos, a concessão passou para 50 anos seguidos.
O concessionário, que vai ter de realizar as obras, cujo valor estimado são dois milhões de euros, e assegurar a exploração, não terá de pagar pela adjudicação da concessão.
Para além disso, terá um período de carência de três anos para o pagamento das rendas, destinado às obras – se forem concluídas antes, começam a ser pagas após a emissão da licença de utilização.
Durante os primeiros três anos de exploração, o valor das rendas será de 5.550 euros por ano. No quarto, quinto e sexto anos, sobe para 8.650 euros. A partir dali, estabiliza nos 14.400 euros.
Se os anteriores concessionários se queixavam da curta validade da concessão, agora, no mínimo, é questionável ter a duração de 50 anos.
A esta questão, o executivo camarário PS contrapõe que os diversos setores de negócios podem ser explorados por terceiros, desde que o vencedor do concurso público se mantenha.
E até existe a possibilidade de trespasse, desde que seja aprovado pela câmara.
Por outro lado, do ponto de vista do actual executivo, a longevidade da concessão tem a ver com o elevado investimento do restauro e reabilitação do imóvel classificado, construído no início dos anos 50, cujo projeto é do arquitecto figueirense Isaías Cardoso, falecido há poucos dias.
Além do investimento inicial, o concessionário tem também de garantir a conservação dos imóveis e as condições para o bom funcionamento de todos os espaços concessionados.
Segundo as estimativas da autarquia, o investimento inicial poderá ser amortizado em 10 anos e os investimentos a efectuar ao longo da concessão (conservação, mobiliário e outros) poderão chegar aos dois milhões de euros.
A estes, somam-se, os outros dois milhões previstos para as obras e mobiliário iniciais.
O concessionário pode recorrer a fundos europeus reembolsáveis com juros baixos ou nulos, por tratar-se de reabilitação urbana.
2 comentários:
Neste blogue todos podem comentar...
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O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.
Esta era a Piscina-Praia. A foto é da década de 50.
ResponderEliminarA actual é a Piscina-Mar. Não tem nada a ver com a Piscina-Praia no seu todo, excepto a localização. É onde hipoteticamente irá ser feita a "reconversão e exploração".
É como a "Praia da Calamidade" (a designação não é minha). Quando se fala em algo na Praia actual, tem-se o hábito de colocar uma foto da Praia, que foi da Figueira, da Claridade ou das Crianças.
Deus queira que eu me engane, mas estou a ver o filme do Paço de Maiorca II
ResponderEliminarAbraço
Pimentel