Imagem jornal As Beiras |
O som monocordicamente ritmado da chuva a cair poderia tornar amorfos os foliões.
Em dias de chuva, as pessoas ficam mais iguais e mais cinzentas...
A chuva tem este triste sabor de uma igualdade imposta.
Dias de chuva são dias sem imaginação?
Desta vez, S. Pedro não quis estragar a festa. Pelo contrário, esperou que o desfile acabasse para libertar a chuva. E se o corso não tivesse arrancado com cerca de meia hora de atraso, o Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz não teria metido água.
Segundo o que já tive oportunidade de ler no jornal AS BEIRAS, a organização facturou bem, mas não ganhou para o susto. Romana, a rainha, sofreu uma intoxicação alimentar, anteontem, em Lisboa, e ao final da manhã de ontem ainda não havia garantias se podia reinar na avenida do Brasil.
Mas, tudo não passou de um susto: a cantora recuperou e cumpriu com a real missão de animar o Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz, ao lado do rei Carlos Queirós.
Quem gostou mesmo do que viu, foi presidente da Câmara da Figueira da Foz: “foi um Carnaval bem passado, muito animado, com grupos muito bem recriados. A organização pela associação parece que está a resultar. Por outro lado, fico muito satisfeito por ter muita adesão”, declarou João Ataíde ao Diário As Beiras.
O desfile de ontem foi o segundo de quatro. O Carnaval Infantil Solidário, no primeiro, foi na sexta-feira, com cerca de 1600 crianças das escolas do concelho. Hoje, pelas 22H00, desfilam as escolas de samba locais – A Rainha, Unidos do Mato Grosso e Novo Império.
Amanhã, pelas 14H30, realiza-se o derradeiro corso, com os reis e os seus 1200 súbditos. A entrada custa quatro euros – crianças até aos 12 anos e foliões integralmente caraterizados não pagam.
Há uma série de estereótipos que damos por adquiridos e nem pensamos se estão certos ou errados.
Por exempo, associar a chuva com a tristeza.
Porquê?
Não é a chuva que viceja os campos, que renova os rios e as fontes, que tudo prepara para que finalmente venha o sol?
Vamos apreciá-la como merece.
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