"Recordando 2011, ano em que o Movimento Milénio-Expresso atribuiu o 1.º lugar, na categoria Cidades, ao Miguel Figueira e à sua equipa, um grupo de cidadãos da Figueira da Foz ligados ao surf, unidos por uma paixão comum e um propósito inequívoco, o movimento SOS Cabedelo. Miguel, figueirense de direito e de nome, arquitecto, preconizou uma ideia de desenvolvimento para a cidade, travando a erosão costeira pela via da reposição do equilíbrio das areias entre o norte e o sul recorrendo a um bypass (pipeline sob o Mondego, idêntico ao da baía de Coolangata na Austrália) para transportar a areia do lado norte da barra para as praias do sul. Estas com um visível recuo, e repondo assim a linha de costa “devolvendo o mar à cidade”. Ideia visionária e por demais apresentada em fóruns nacionais e internacionais, ainda não convenceu os decisores políticos, nem locais nem nacionais. A ousadia com que foi concebida é inversamente proporcional ao desinteresse dos decisores públicos (?) A semana passada mais uma tentativa de sensibilização foi feita com uma apresentação à Comissão Parlamentar de Ambiente e Ordenamento do Território na Assembleia da República. Será agora? O que diz o LNEC? Já o chamaram? Porquê tanta resistência? Que estudos técnicos já fizeram? Parece difícil acreditarem, mas… afinal Santos da casa até podem fazer milagres! Mexam-se."
Nota de rodapé.
Perante esta prosa da economista Isabel Maranha Cardoso, um pobre e modesto escribra como eu, só consegue pedir a quem de direito: não se esqueçam! Instruam-se, instruam-se, sempre! Uma pessoa, tal como um político, instruída, vale por duas carago!
E já agora: deixem de pensar que a única opinião sensata é a vossa.
Escrito isto, o melhor é citar quem percebe do assunto.
Há quem olhe para o mar e veja o horizonte. Há quem se fixe nas ondas ou nos surfistas que as enfrentam. Há quem descanse a vista nas curvas das mulheres em biquíni.
E há quem, como o arquitecto Miguel Figueira e o Surfista Eurico Gonçalves, veja mais além. A dupla, com o apoio de um grupo de pessoas ligadas ao mar e à Figueira da Foz, anda a tentar colocar o surf e o mar ao serviço do desenvolvimento da cidade. Para isso, defendem, é preciso travar a erosão da costa sul da Figueira e salvar a «onda» da cidade. «A protecção das ondas é a primeira fronteira de protecção da orla costeira, dissipando a energia que de outra forma se concentra com efeitos devastadores sobre o sistema dunar.» Dessa forma, será possível capitalizar um importante activo para a competitividade da cidade, o surf, «cujo potencial nunca foi aproveitado». A proposta passa pelo recurso a um “bypass” de areia para proteger o sul da erosão costeira e reactivar a «onda» do Cabedelo. «A cidade é descontínua, e no mar não é bem assim. Daí que as nossas propostas sejam sempre de integração: integração do mar como parte do território; do sul na cidade; das pessoas e das ideias. A cidade cresce na mesma medida em que consiga incorporar estas diferenças. Não é um acto de fé, é uma constatação de facto: uma cidade partida não é viável.».
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