"Entrou-se no ano novo.
O tal que muito se anseia por ser o ano das autárquicas. O ano em que, durante muitos meses, se desenvolve um jogo de insinuações sobre candidatos e candidaturas ao município e às freguesias, se procuram pequenos sinais de manifestação de disponibilidade ou se descobrem vontades ou finalmente se percebem estratégias pessoais ou de grupo, algumas há muito no terreno.
Há quem tenha a obrigação de encontrar listas a qualquer preço para respeitar orientações partidárias, no cumprimento da imposição da hierarquia, mesmo que os ventos não lhe sejam favoráveis.
Há quem entenda que vão ser favas contadas porque já está instalado e disso se serve para se insinuar perante o eleitorado.
Há os pequenos partidos com necessidade de afirmação na busca de uma tribuna.
Há ainda os que se servem de barrigas de aluguer para evitar a enorme trabalheira e os riscos que correriam se se candidatassem como independentes.
E, depois, há aqueles que, independentemente de opções ideológicas, querem privilegiar os interesses da sua terra e entendem que o comportamento dos habituais detentores do poder municipal não defende os interesses da Figueira ou porque se subordinam à hierarquia partidária, ou porque as promessas de campanha são deixadas para trás, ou ainda porque os seus atores se declaram incapazes.
Esta é a ocasião para assistir ao aquecimento dos motores e formular votos de que as mensagens sejam finalmente claras e verdadeiramente credíveis.
Será isso possível?"
Daniel Santos já me habituou nas Beiras a uma escrita oportuna, esclarecida e esclarecedora.
A crónica que hoje publica, "Aquecer os motores", é mais um texto desses.
Há evocações que só podem ser feitas em solitário.
E verdadeiramente a sós. Apenas com as nossas memórias. Só assim as conseguimos sentir verdadeiramente. Só assim conseguimos verdadeiramente dialogar com elas.
São momentos assim, que nos equilibram e nos dão sentido à vida.
Sempre que tenho oportunidade entrego-me a eles.
Como eu o compreendo Daniel Santos...
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