António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 28 de janeiro de 2017
Bom sábado
A vida, todas as vidas, é uma sucessão de dias que se repetem. A vida, todas as vidas, tem poucos momentos empolgantes. Por isso mesmo, exactamente por serem poucos, é que devemos estar preparados para os fruirmos com a intensidade com que têm de ser vividos. Temos de perceber, enquanto temos tempo para isso, que os raros momentos de felicidade que fazem com que a vida, todas as vidas, mereça ser vivida, têm que ser vividos sem filtros, pois são absolutamente imperdíveis.
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