António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
A dignidade de um país está no seu âmago. O próprio é que se pode tornar indigno...
Na revista SÁBADO desta semana contam como foram essas noites negras da sua biografia.
Cito Samuel Quedas.
"É assim que um país, um povo e a sua História se tornam irrelevantes no contexto universal. Não pela sua menor dimensão, ou pouca riqueza… mas por se deixarem governar, por demasiado tempo, por gente menor, rasteira, venal e corrupta, que não respeita a sua cultura e a sua História.
Gente sem uma pista que seja sobre o que significa a dignidade colectiva.
Gente que é capaz de, por meia dúzia de euros, vender a mãe ou as filhas no bordel do lucro fácil dos "mercados"… e gabar-se de o ter feito."
2 comentários:
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.
Um país que tem gente "responsável" que apoia ordenados milionários de gestores, enquanto o povo trabalhador tem salários de miséria...
ResponderEliminar“Um povo sem memória. É um povo sem futuro”
ResponderEliminarHesitei em escrever este texto. Porque tenho receio de ser mal interpretado e porque vou falar na primeira pessoa.
Conheci essa casa habitada por PIDE´s. O meu irmão mais velho esteve lá “retido” durante dois dias. Evito contar a situação. Más memórias.
Mas tal como já aqui escrevi sobre o forte de Peniche e a eventualidade de lá ser construída uma pousada, hotel, ou lá o que seja, prefiro que o espaço seja ocupado, a um ter um edifício em ruínas ou com um “Museu da Memória” que é um “Museu da Miséria”. Não homenageia os presos e perseguidos, não preserva a memória.
E Estado e as autarquias não são entidades preocupadas com a Memória. É um tudo um bluff! Que pior exemplo pode haver quando em 2010 se comemoraram os 100 anos da República e no ano seguinte os desmemoriados PAF´s – Cavaco, Passos, Portas e toda a cambada, acabaram com o feriado do 5 de Outubro?
Que maior vergonha pode haver quando foi um Homem, que sozinho, lutou publicamente contra o fim do 5 de Outubro e do 1 de Dezembro. Homenageio o DR. JOSÉ RIBEIRO E CASTRO!
Termino porque estou triste e cansado de ler este tipo de notícias e de ver que o estado democrático fez pouco, muito, muito pouco, para preservar a Memória dos que lutaram pela Liberdade!