"O palmómetro – medidor do tempo de duração das palmas e da intensidade com que as mesmas são batidas, outrora detido pelos partidos comunistas para lá do Muro de Berlim, é agora propriedade da direita portuguesa.
A eleição da segunda figura do Estado – o presidente da Assembleia da República, aquele que exerce as funções presidenciais por ausência do Presidente ou pelo seu impedimento temporário, pelos deputados como manda a Constituição e não pelos directórios partidários em simpatia para com o partido com maior número de assentos parlamentares, não mereceu palmas das bancadas da direita e foi até tratada de um modo a roçar o insultuoso pelos líderes dos grupos parlamentares do PSD e do CDS.
Um primeiro-ministro de um Governo com mandato da casa da democracia – o Parlamento, para Governar, é um "primeiro-ministro vírgula", em tom insultuoso e várias vezes repetido, mostrando um total desrespeito pelo voto dos cidadãos e, na maioria dos casos, uma absoluta ignorância sobre o funcionamento do sistema parlamentar constitucional português pelos deputados eleitos pelo PSD e CDS.
Manter-se em silêncio e não aplaudir de pé o discurso da tomada de posse do Presidente oriundo do espaço político da direita, antes achincalhado pela direita e pela direita à direita da direita, com direito a alínea e tudo [!] na moção que a actual liderança do PSD levou a congresso, como exemplo do Presidente que, em caso algum devia ser Presidente, é crime de traição à Pátria no palmómetro partidário e no spin dos paineleiros-comentadeiros televisivos.
Sim senhor."
Via José Simões
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