O embrulho desfavorece o conteúdo - é demasiado “fofinho” para o vazio de conteúdo...
Mas diz que é assim que o figueirense gosta. E, como político que é, se o eleitorado gosta, o eleitorado é o que tem do presidente.
Pelo andar da carruagem, presumo que vai ser difícil aguentar o vazio até ao início da silly season na Figueira, que começa dentro em pouco - no carnaval.
Neste momento, dizer mais que isto seria entrar no mundo da fantasia.
Sempre tive alguma dificuldade em compreender o interesse público do carnaval de Buarcos, que tem levado, ao longo dos anos, a nossa câmara a atribuir dinheiros públicos avultados - em 2010 foram 150 mil € (trinta mil contos, em moeda antiga!..), em 2013, foram 100 mil € (vinte mil contos, em moeda antiga!..), este ano a base será a partir de 50 mil € (dez mil contos, em moeda antiga!..).
Será que todo este dinheiro queimado nos carnavais, tendo por justificação básica o apregoado interesse público, se viu alguma vez repercutido, por estas bandas, no plano turístico, cultural e económico?
Dando de barato o suposto e incerto plano turístico - e não ponho em causa que veio gente de Coimbra ver as coxas das desfilantes!.. - a meu ver, é completamente inverosímil, que esta manifestação carnavalesca local, tenha tido qualquer repercussão fora do País.
daqui |
Não estarei à altura de discutir o interesse económico - desconheço o impacto da manifestação carnavalesca figueirense no comércio local, mas, se alguém tiver os números que os avance - contudo, admito, que entre cerveja e bifanas, algum será...
Contudo, o argumento que mais admiro, é o do chamado interesse cultural.
Pergunto, pois a ignorância deve ser minha: qual é a raiz cultural portuguesa, duma manifestação que exibe grupos que se auto-denominam escolas de samba, que dão uma volta à avenida a fazer barulho?
Ou qual é o interesse cultural de contratar, com dinheiros públicos, uma Merche Romero, um João Baião, um Futre, um Emanuel, para dar uma volta na Avenida?
Será que serei eu o único atrofiado?
Mudam os presidentes de câmara, mudam os partidos no poder, mas na Figueira é sempre carnaval!
Só que o Carnaval não é isto.
O Carnaval é uma manifestação popular, pagã, saindo à rua quem entende que o deve fazer, à sua responsabilidade e expensas. Não tem que ser subsidiado com dinheiros públicos, que não existem para, por exemplo, tapar os buracos das estradas do concelho ou implementar estruturas desportivas no concelho para a juventude poder praticar desporto com condições mínimas de segurança e dignidade...
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