Depois de ler esta crónica, hoje publicada no jornal AS BEIRAS, assinada por António Tavares, vereador há seis anos no poder, reforcei aquilo que já sei há muito: Miguel Almeida não consegue ser credível na oposição à actual vereação à Câmara da Figueira, porque ele e o PSD têm um passado.
Neste assunto, estou à vontade porque fui sempre uma voz crítica da herança deixada por Pedro Santana Lopes nos 4 anos anos em que passou pela Figueira.
Na verdade, esta crónica de António Tavares aponta os males de um passado que, pelo simples facto de ter existido, foi, em si mesmo lamentável e um perigo para o futuro político de Miguel Almeida.
O seu passado, isto é, o contributo que deu para a "pesada herança" iniciada por Santana Lopes e continuada nos dois mandatos presididos pelo falecido eng. Duarte Silva, volta, de em quando, à tona.
O passado, em democracia, tornou-se um cutelo sobre a cabeça dos cidadãos que aspirem à participação cívica e política.
O passado das vereações camarárias PS na Figueira, antes da era Santana Lopes, apesar de pertencerem a um passado um bocado já longínquo, ainda permanecem na memória de alguns figueirenses com memória, como é o caso, isso eu sei de fonte segura, o caso do actual vereador PS António Tavares. Sei, sobretudo, que António Tavares deve ser um dos figueirenses com melhor conhecimento e memória do último mandato presidido pelo falecido presidente eng. Aguiar de Carvalho.
Está na altura, a meu ver, de virar a página e encarar o futuro figueirense de frente e enterrar de vez o passado.
Os valores políticos disponíveis, em termos humanos, que temos na Figueira, são poucos. Diga-se, em abono da verdade, que isso é transversal a todos os partidos.
Cada vez mais difícil, ainda, é arranjar um candidato a presidente de câmara, vereador, deputado municipal, ou presidente de junta, com experiência, sem passado.
O populismo, na Figueira, como em todo o lado, empurra a opinião pública para a depreciação ou excomunhão dos políticos experientes e estimula a veneração dos "impolutos independentes salvadores, neste caso, não da Pátria, mas da Figueira".
No passado recente, alguns desses tais iluminados "independentes", depois de conseguirem o lugarzito na lista, para conseguirem assegurar o lugarzito na lista seguinte, engoliram sapos vivos e, rapidamente e em força, filiaram-se na estrutura partidária de que eram críticos mordazes e públicos, o que, a meu ver, colocou a democracia figueirense no fio da navalha.
Com a sua actuação, alimentaram a volúpia populista que grassa por aí e que tudo faz para minar a credibilidade das instituições democráticas.
A direita figueirense agradece e exulta. A confiança do povo na democracia esmorece. "São todos iguais", pensa o povo.
Que fique claro: não esqueço a memória da política figueirense, nem menosprezo a sua importância.
Contudo, neste momento, seria hipócrita negar que me afastei dela, há muitos anos, ao ver os seus jogos, as suas omissões, as suas injustiças, as suas cobardias e os seus silêncios.
O meu ponto de observação da política local é numa bancada cada vez mais distante dela.
Conheço muitos factos, que decorreram nos últimos 40 anos, na cidade e na Aldeia, que sustentam esta minha opção.
Todavia, por ora, não os vou desenvolver.
Talvez um dia, quem sabe...
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