Nos dois últimos dias, o país assistiu à exuberante falta de chá das figuras mais destacadas, neste momento, do PSD e do CDS que pretendiam transformar a minoria de direita numa maioria, ao arrepio da Constituição da República.
Contados os votos da moção de rejeição, que derrubou o governo mais curto da democracia derrotado pelo acordo histórico à Esquerda, o resultado foi: 123 para a esquerda (PS, PCP, BE, PEV e PAN) e 107 para a direita (PSD e CDS).
Só não percebe onde está a maioria, quem não não sabe o que é viver numa sociedade democrática.
Quem assistiu em directo, pode ver o nervosismo e a histeria que se apossou das bancadas do CDS e do PSD, que só a muito custo permitiram que se ouvisse António Costa discursar. A mesa teve mesmo de intervir.
Mas a cereja em cima do bolo foram mesmo as ameaças de Passos Coelho e de Paulo Portas.
Este comportamento pouco digno numa sociedade evoluída, democrática e europeia, das figuras mais destacadas, neste momento, do PSD e CDS, justificou o chumbo a este governo PàF.
Esta direita foi igual a si própria: não caiu de pé, porque nunca soube estar.
Teve que ser derrubada.
Ontem, foi um dia histórico: "quebrou-se um tabu".
Só as personalidades de direita, que ainda julgam que estamos no tempo em que eleitores do PS "só" votavam para este partido ajudar a direita a governar, ainda não entenderam.
Para essas ilustres cabeças pensantes a "sua" democracia resume-se a isto: os eleitores de direita, votam na direita para esta governar, sózinha ou com a ajuda do PS.
Os que votam no BE e na CDU não passam de idiotas, pois os seus votos não contam para contribuir para encontrar uma solução de governabilidade para o seu País!..
Vamos lá aguardar mais um pouco para ver o que uma dessas ilustres cabeças pensantes - Cavaco Silva - ainda vai conseguir produzir mais...
Porém, aconteça o que acontecer nos próximos dias, ontem vivemos um dia inédito na democracia portuguesa, que já faz parte da História Política Nacional.
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