Portugal está num beco com poucas saídas.
E tudo começou no seio família. Os pais - e isto não é uma crítica para ninguém, é apenas uma constatação - andam preocupados em educar os filhos para o sucesso.
Não fui educado assim, nem eduquei assim.
Será que a generalidade dos pais de agora se interrogaram alguma vez: para
além dos sinais exteriores de sucesso (carros, casas, telemóveis etc. – tudo
do melhor!..) não existem equivalentes
interiores de insatisfação e de carência de vivência em plenitude?
O sucesso nunca constou da minha lista de preocupações.
O que me ocupa o
tempo não se mede numa escala de
mensuráveis bens exteriores. Gosto de pequenas coisas: um passeio à beira mar;
uma boa conversa; das palavras – da sua doçura ou da sua aspereza; da
companhia dos Amigos; do convívio à volta de um almoço ou de um jantar.
Sem pensar no sucesso, ele tem surgido – neste momento,
tenho uma vida sossegada, mas não monótona...
Agradeço ao meu Pai e à minha Mãe, não me terem educado para
o sucesso.
Agradeço ao meu Pai e à minha Mãe, que o seu espólio não
tenha incluído bens quantitativos perecíveis ao tempo, carros, casas, dinheiro.
Deixaram-me o que
mais gosto: potencial para admirar as pequenas coisas e os
pequenos pormenores do dia-a-dia - o sol
e o mar - e a capacidade de sentir as
palavras e as coisas fantásticas que elas podem fazer acontecer e a capacidade
de ser feliz apenas com isso.
À direita deste espaço na lista de blogues “do concelho da
Figueira da Foz” e “nacional” existem vários que já morreram ou estão
em coma profundo.
Por experiência própria, sei que com os blogues, aprende-se,
com tempo, tanto a gostar de ler, como o contrário.
Sabemos que existe gente que vive com sentimentos a
escrevê-los.
Parece que andam por aí à solta vários gabarolas... Vamos ver se para a semana consigo recomeçar...
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