Esta quinta-feira, o porta-voz do PSD, Marco António Costa, quase pintou um quadro idílico ao tentar fazer um diagnóstico de fim de legislatura em relação ao mercado de trabalho em Portugal.
Citado pela Lusa, o ex-governante, entretanto remodelado por Passos Coelho, acenou que "a verdade dos factos comprova que, face a junho de 2011, primeiro mês de governação do actual Governo da maioria", houve "uma redução efectiva do número absoluto de desempregados em Portugal". E relevou que "face aos 661 mil existentes em junho de 2011, temos hoje em junho de 2015 636 mil. Isto é, temos uma redução superior a 20 mil desempregados".
Via Jornal de Notícias
Em tempo.
A fronteira esbatida entre desemprego e precariedade serve
apenas para lançar um manto de nevoeiro sobre a verdadeira dimensão da
realidade laboral no nosso País.
Passos Coelho, Marco António Costa, Mota Soares, Paulo Portas, etc., fazem, há muito, da
demagogia e da mentira a sua acção quase
exclusiva no dia a dia.
Pode-se descer sempre um pouco mais baixo, mas o processo
nunca consegue chegar para defender o indefensável.
Entretanto, a
realidade cifra-se em milhões de vidas num limbo entre o desemprego de longa
duração e os contratos precários mal pagos e de curto prazo.
Como interpretá-lo varia muito: podemos contabilizar, além
dos desempregados “oficiais”, os inactivos desencorajados e os activos
migrantes, introduzindo, a dimensão de uma emigração histórica, resultado das
políticas catastróficas do Governo, e chegamos a uma taxa de cerca de 25% de desemprego real.
Aquilo que nós sabemos é que a realidade duplica os números
oficiais do desemprego em Portugal.
A confusão lançada na
discussão sobre quais os números reais do desemprego não consegue esconder a realidade por mais demagogia e
mentira que se atirem aos olhos dos portugueses: quem é precário, só tem
desemprego pela frente; e quem está desempregado pode esperar, no máximo, uma
das múltiplas formas de precariedade.
A realidade fala por si: mais de 2 milhões e meio de pessoas
são precárias ou desempregadas, metade da população activa.
Quem leu o Capital de Karl Marx sabe o que isto quer dizer: para a sobrevivência do capitalismo é necessário um enorme exército de desempregados para baixar o preço de custo do trabalho.
Quem leu o Capital de Karl Marx sabe o que isto quer dizer: para a sobrevivência do capitalismo é necessário um enorme exército de desempregados para baixar o preço de custo do trabalho.
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