Neste momento, a sardinha é o assunto que está na ordem do
dia na Figueira.
Como divulgámos neste espaço na madrugada do passado domingo, a Associação
Malta do Viso e a gestão do Coliseu Figueirense não se entenderam e a 29.ª edição
do certame não se vai realizar.
A Câmara ainda tentou mediar o consenso para evitar o
cancelamento do evento. Porém, como tal não foi possível, a 29.ª Festa da Sardinha,
que se deveria realizar entre 4 e 6 de Junho (nesta semana, entre quinta-feira a sábado), pelo
menos no Coliseu, não se realiza em 2015.
Mas, a sardinha, na Figueira e no País, neste mês de junho que
começa, está na ordem do dia por outras e mais gravosas
razões.
Segundo o jornal Público, “Portugal consome 13 sardinhas por
segundo em junho”, o mês dos Santos Populares: Santo António, São João e São Pedro.
“Parece um número astronómico, mas na verdade nunca foi tão
baixo. A sardinha desapareceu da costa portuguesa e os cientistas esforçam-se
para explicar porquê.”
O jornalista Ricardo Garcia assina uma oportuna reportagem
sobre os graves problemas que Portugal enfrenta na gestão e conservação dos
stocks de sardinha. Fica um cheirinho.
“Trabalhos mais
recentes apontam outros factores. Um estudo de 2013, de investigadores do IPMA
e da Universidade da Califórnia, sugere uma relação entre o declínio da
sardinha e a abundância da cavala na costa portuguesa. Parte da explicação é
ambiental e está relacionada com o aumento da temperatura do mar nas últimas
décadas. Águas mais quentes não são boas para a reprodução da sardinha. Mas são
mais atraentes para a cavala, uma espécie subtropical que está em expansão para
norte.
Também há razões biológicas. As larvas e juvenis de ambas as
espécies competem pelo zooplâncton, o seu alimento. E ambas predam-se
mutuamente, com vantagem para a cavala, que, além dos ovos, alimenta-se também
de juvenis de sardinhas. Outro detalhe: a sardinha tem comportamentos
canibalísticos e come os seus próprios ovos no Inverno, quando há menos
alimento disponível.
A pesca é o factor humano a pesar sobre essas flutuações
naturais. Em momentos de baixo sucesso reprodutivo, capturas elevadas podem ser
desastrosas. E foi isso o que aconteceu recentemente.”
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