sexta-feira, 10 de abril de 2015

Já me diverti mais em funerais...

"Eu revolto-me, logo existo", escreveu um dia Albert Camus.
Folgo em saber que existem alguns que têm estômago para aguentar a falta de civismo, a ignorância, a arrogância, a pobreza de espírito e a futilidade de quem os governa. Seja em Bruxelas, seja em Lisboa, seja na Figueira, seja na Aldeia.
Ainda bem, que não sentem o incómodo de ver, ouvir e ignorar.
Já eu, para meu azar, nasci e cresci sem a bênção da resignação, capacidade que evitaria a náusea que sinto, o asco que me assola, quando olho para essa gente que em Bruxelas, em Lisboa, na Figueira e na Aldeia gere o destino de todos nós.
Para meu azar, sou incapaz de considerar normal que os melhores jovens deste país tenham de sair dele para poderem ter um futuro. Para meu azar, sou completamente inapto para ser cretino ao ponto de aceitar a ditadura da maioria que ouve e defende os fulanos que em Bruxelas, em Lisboa, na Figueira e na Aldeia não sentem o incómodo de ver, ouvir e ignorar.
Continuem, porém, tranquilos, impávidos e serenos. Dispenso solidariedade, pois também eu, como escreveu o Poeta, "não sei por onde vou, só sei que não vou por aí".

1 comentário:

  1. A Arte de Furtar10 abril, 2015 23:26

    ISTO é o PAÍS REAL dos nossos FILHOS!!!
    Isto é o PORTUGAL que esta corja (incluindo o 44) deixa como herança.

    LEIAM, MEDITEM e GRITEM: BASTA!
    http://p3.publico.pt/actualidade/economia/16334/quotvamos-fazer-estagios-ate-sermos-velhinhos-nao-e-solucaoquot

    "Vamos fazer estágios até sermos velhinhos? Não é solução".

    Seis em cada dez trabalhos criados em Portugal são estágios.

    No fim: Quantos de nós já temos filhos, sobrinhos ou familiares no estrangeiro?
    Todos "abandonaram a zona de conforto" ou "viram no desemprego uma oportunidade", não foi?

    Sempre Camus,na luta pela liberdade de pensamento:"Eu revolto-me, logo existo".

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