Durante algum tempo, muitos acreditaram que era possível cumprir Abril.
Só por isso, valeu a pena a vida de muitos da minha geração, incluindo a minha.
Considero-me, também por isso, um felizardo. Tive a felicidade de viver esse tempo exaltante e histórico e continuar a ter a capacidade de acreditar.
Considero-me, também por isso, um felizardo. Tive a felicidade de viver esse tempo exaltante e histórico e continuar a ter a capacidade de acreditar.
Em quê? - perguntarão.
Desde logo, em mim - sempre consegui
recomeçar depois de falhar as tentativas anteriores.
E tem sido isso, no fundamental e
sobretudo, que me ajudou a ser, dentro do que é possível ser a cada
um de nós, o que sempre quis ser: livre.
No sábado passado, à noite, estive em
Buarcos, no Teatro do Grupo Caras Direitas para “Respirar Abril”.
No final, depois da actuação dos
artistas, esperei que alguém se lembrasse de cantar Grândola, o que não aconteceu.
Não se cantou. E foi pena. Cantar
a Grândola, seja em que dia for, nunca pode ser encarado como
uma coisa de gente senil ou tontinha.
No fundo, para a maioria dos que
estiveram sábado passado à noite no Grupo do Teatro Caras Direitas,
o espírito do 25 de Abril é uma
nostalgia, nada mais.
Não quero com isto dizer, que para a
maioria dos que lá estiveram, nos quais até me incluo, o 25 de
Abril não continue a ser uma data especial, um símbolo do que
este país poderia ter sido.
Contudo, aos momentos de exaltação
colectiva, como aconteceu a seguir ao 25 de Abril de 1974, a história
mostra que se seguem sempre momentos perversos, favoráveis, como sublinha o eng. Daniel Santos na crónica publicada no jornal AS BEIRAS, aos que para quem "a política deixou de ser a arte de governar para decair num jogo ... de palavras".
É nestes momentos que a natureza humana revela todo o
seu esplendor e sabemos que na Terra não existem paraísos.
Aos tristes, como eu, que também não
conseguem acreditar na possibilidade de outros paraísos, resta-lhes
fazer das fraquezas forças e, tanto em actos como em
intenções, comemorar o 25 de Abril todos os dias.
pois é sr. tem razão enquanto os discursos 25 de abril forem feitos por rapazolas que não passam de uns tipos porreiros mas nao sentiram na pele os efeitos do antes de abril não vamos a lado nenhum.
ResponderEliminarhoje o 25 de abril infelizmente só serve para passear a vaidade e o pedantismo mostrando bonitas gravatas com um cravo vermelho na lapela cravo esse que na lapela de alguns rapazolas até se sente murcho tal é a desinformação a respeito da revolução dos cravos.
Peço desculpa só quero emendar .
ResponderEliminarOnde se lê--Sr.
Deve le-se Sr Eng.
Peço desculpa ao Eng. Daniel Santos
e peço que publiques esta emenda.
ABRAÇO
Mas muita da culpa também foi nossa, a geração que sonhou Abril e viveu Abril. Esta genta ( os tais rapazolas) come Abril...
ResponderEliminarA chegada destes j's (em todos os partidos), sem memória, sem história e sem princípios, afastou muita gente da política e a da acção cívica.
Hoje impera a política do "não há almoços grátis"!