quarta-feira, 4 de março de 2015

Não vale a pena perder mais tempo

"Para mim não foi um mero esquecimento. Passos Coelho em 1999 não pensava que viria a ser primeiro-ministro. Nunca lhe passou pela cabeça que o PSD e o PS lhe proporcionassem essa oportunidade. Por isso, na altura fez aquilo que lhe dava mais jeito. Como quase todos, aliás, de acordo com um padrão comportamental que se instalou em Portugal e fez escola. É que, como bem se recorda, entre 1999 e 2004 o primeiro-ministro "era apenas trabalhador independente e, por essa razão, tinha de apresentar o modelo B da declaração de IRS e preencher o anexo H. Ora, nesses anos, no quadro 9 do anexo H os contribuintes tinham de preencher o valor pago em "contribuições obrigatórias para a Segurança Social". Obrigatórias."

Temo que a desinformação, a cegueira partidária, a desonestidade intelectual das camarilhas e a falta de honestidade ética e política dos actores continue a fazer o seu caminho. Como até aqui. Não até à vitória final, mas até à abstenção final. Ou, quem sabe, até que o desespero dos portugueses trabalhadores, honestos, sérios e que cumprem as suas obrigações sem esquecimentos, enquanto os trapalhões vão engrandecendo e comendo-lhes as papas na cabeça, os leve a dizer basta."   

Sérgio de Almeida Correia, via Delito de Opinião

1 comentário:

  1. A Arte de Furtar04 março, 2015 12:22

    O caso das ex-dívidas de Passos Coelho à Segurança Social não me mereceriam mais do que um abanar de cabeça não fossem as desculpas esfarrapadas e a relevante impreparação exigida a quem impõe, pelo seu cargo, as punições (muitas delas manifestamente exageradas e rapinantes) aos cidadãos que governa.

    Cada explicação justificativa que Passos Coelho apresenta mais o culpabiliza da fuga aos seus deveres de contribuinte. Isto num País que penhora o tecto de gente que já não tem do que comer.

    Pode um homem que na Assembleia da República impôs impostos aos outros, com pesadíssimas penalizações, fugir aos impostos e, enquanto primeiro-ministro, fazer da moralidade todo um programa político?

    Mais, hoje o Bloco de Esquerda levantou um pormenor interessante: se PPC era trabalhador independente, tinha de entregar o IRS com o anexo correspondente. Nesse anexo, pelos vistos, tem uma "caixa" para introduzir os valores das contribuições OBRIGATÓRIAS para a SS. Quer dizer, PPC além de esquecido tem problemas de interpretação? O fisco, na declaração de um trabalhador independente, em que um campo obrigatório vem por preencher, não diz nada? Não tocam "campainhas" a dizer que aquilo está mal preenchido?

    O maior inimigo do senhor primeiro-ministro não é o Costa; é o queijo limiano!!!

    Agora manifesta-se "perplexo" porque o seu comportamento pouco edificante lhe é apontado.
    Que esperava? Palmadinhas nas costas?...

    E a pairar sobre todos nós a célebre frase e seu autor: “terão de nascer duas vezes para serem tão honestos como eu”, quem disse???

    Avizinha-se um ano muito nojento…

    ResponderEliminar

Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.