terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Estórias para crianças figueirenses: o papagaio

Ao contrário do início das habituais estórias para crianças, esta não começa por era uma vez, na Figueira...
Esta, começa assim: desta vez, na Figueira, há um papagaio que é especial.
Toda a gente lhe reconhece inteligência. Nos últimos cerca de 10 anos adquiriu a habilidade de passar entre as pingas da chuva, praticamente sem se molhar.
Quando convém, está sempre estrategicamente ausente, faz de conta que discorda, para, depois, de forma hipócrita e sagaz, através de palavrinhas mansas, manipuladas e ensaiadas, aparecer a salvar a face do poder que assume e exerce com unhas e dentes.
Está a tornar-se ridículo, apesar de estar quase sempre sorridente, com o ar simpático e ternurento de menino mais espertinho que os outros.
Quando vem à colação, diz que o que toda a gente vê, afinal não é o que é...
Aparenta falar sempre com segurança de todos os assuntos – mesmo daqueles que o deveriam envergonhar.
Há quem continue a achar-lhe graça, pois diz coisas cultas e com espírito e consegue mesmo ser simpático.
Tem outro importante trunfo: mostra um ar cosmopolita e acredita ser mais culto que os outros.
Mas, no fundamental, é tão culpado pelo estado das coisas como o boss, ou como os outros colegas papagaios.
Continua a pensar que é o mais importante. Todavia, para quem estiver minimamente atento - especialmente com o que aconteceu nos últimos meses - percebe que não passa dum simples e vulgar papagaio.
Como diria o outro: é a vida.
Temos pena.
E, no entanto – o que pode ser o mais grave - no meio da gargalhada que se vai espalhando pelo concelho, continua sem perceber que não passa de um papagaio.
Espera e deseja que o mar figueirense "continue a ser de rosas" para, com isso, se continuar a sentir recompensado.
Espero que, também, realizado e a viver feliz para sempre...  

2 comentários:

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