quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ano novo?..

A felicidade e a dignidade não passam por um estatuto conferido por um cargo político, um emprego ou o dinheiro do euromilhões... 
Muito menos, a felicidade e a dignidade passam por um carrão ou por cartões de crédito.
O ano prestes a finar-se, 2014, foi duro para a generalidade de todos nós. Ficámos mais pequenos, mais pobres, mais desesperados e mais à deriva.
O ano que hoje acaba, mostrou-me, mais uma vez, que a felicidade e a dignidade passam por outras coisas mais ao nosso alcance, mas não menos difíceis e importantes de alcançar. 
Nomeadamente, por andar de cabeça erguida e a coluna vertebral direita. 
Passam também por, em qualquer circunstância, tentarmos dar o nosso melhor.
O que sabemos que é difícil, pois vivemos numa sociedade - e numa cidade - em que o medo se transformou num instrumento ideológico ao dispor da classe dominante. 
Resta resistir.
Quem tem experiência de vida e memória sabe que já passámos por pior. 
Entretanto, fica o desejo do possível 2015 para todos.

Muito bem...


No último dia do ano o líder do PS foi a Évora para visitar José Sócrates no estabelecimento prisional de Évora, onde o ex-primeiro-ministro está em prisão preventiva. 
À saída, António Costa defendeu a existência de meios para a investigação poder executar o seu trabalho e a garantia dos direitos de defesa, tendo apelado a que se deixe a «justiça funcionar em todos os seus valores».

Uma história figueirense e portuguesa...

"Recentemente, o surfista Garrett McNamara pronunciou-se sobre as excelentes condições que a costa portuguesa oferece para a prática do surf. O recordista mundial opinou que há muitos talentos em Portugal, muitos surfistas que são muito bons, pelo que o país poderá em breve ter um campeão do mundo… “em ondas pequenas e em ondas gigantes”. Também afirmou que o vento aqui é complicado e que, em lado nenhum do mundo, chegam ondas tão grandes e com tanta frequência. Ouvi as suas declarações na televisão e logo me ocorreu a comparação com a actual situação do país e, em particular, da Figueira. Vieram-me à mente os nossos campeões, dispersos por esse mundo fora, na área do desporto, da ciência, da literatura, das empresas, no mundo do trabalho. Ultrapassando “ondas gigantes”. Como também a Figueira e as suas potencialidades, em particular na área que ele tão bem domina: o mar. Nas suas diversas vertentes. Também metaforicamente, senti os ventos adversos que sopram por estas paragens e as sucessivas ondas de austeridade que vêm afectando a generalidade dos portugueses. No final do ano e início do seguinte, faço votos que a reflexão de McNamara seja premonitória e que se dê início a um processo de reversão que vença as ondas gigantes e os ventos adversos. A solução está nas mãos de todos e de cada um de nós. Os problemas só se resolvem se os enfrentarmos, tal como o surfista enfrenta as ondas."

O texto é do Eng. Daniel Santos e foi publicado hoje no jornal AS BEIRAS. 
O título é da responsabilidade do autor do Outra Margem.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Assim a vida passa vagarosa: /O presente, a aspirar sempre ao futuro: /O futuro, uma sombra mentirosa.*

"No início do próximo ano iniciar-se-ão as obras de requalificação do museu dr. Santos Rocha, de manutenção do CAE e do forte de Santa Catarina. Em suma, a passos sustentados, vencida a falência técnica de há cinco anos, a câmara reinicia uma nova vida."

Em tempo.
Citação do Dr. António Tavares, vereador PS, hoje, na sua habitual crónica das terças no jornal AS BEIRAS. 
* Título da responsabilidade do autor do Outra MargemUma citação de Antero de Quental, “Sonetos” (1860-62).

“Tudo existe. O que se Inventa é a descrição”

Joaquim Namorado e Guilhermina Namorado no dia do seu casamento.
Coimbra, 1942.
Para assinalar o Centenário do Nascimento de Joaquim Namorado, Vila Franca de Xira, através do Museu do Neo-Realismo, está a prestar a devida homenagem ao Poeta, contista e ensaísta.
A vida e o percurso de Joaquim Namorado decorreram num contexto e num tempo difícil: o Portugal fascista do século XX, tempo em que se agravaram as condições de vida do povo português.
As migrações rurais, na maioria no sentido de Lisboa, têm um peso enorme na vida do país. A instabilidade política e a guerra civil de baixa intensidade que se arrasta agravam a situação. A crise financeira, o advento do Estado Novo, a concentração capitalista têm consequências pesadas, fazendo com que os anos 30 e 40 do século XX em Portugal sejam de grande crise e pobreza para o povo português.
A situação das classes mais desfavorecidas, dos estratos mais vulneráveis da população era de tal maneira complicada e difícil que não podia deixar de chamar a atenção dos intelectuais daquele tempo em Portugal. Mais do que uma corrente intelectual, do que uma resposta a este ou aquele movimento artístico, mais do que a expressão de uma força política, o movimento neo-realismo foi a expressão de uma solidariedade, de uma tomada de posição perante o sofrimento agravado do povo português. Mário Dionísio disse que apareceu espontaneamente, não por encomenda deste ou daquele. Impôs-se o sentimento de dar conteúdo à arte, como demonstram as polémicas sobre o primado do conteúdo ou da forma na arte, bastante acesas e de inegável interesse.
Um observador atento, sem ideias pré-concebidas, confirma com facilidade que o âmbito do neo-realismo é bastante mais vasto do que muitas vezes se apresenta. Figuras como Ferreira de Castro, Aquilino Ribeiro e José Rodrigues Miguéis produziram obras que devem ser consideradas como fazendo parte da literatura neo-realista, sem qualquer espécie de dúvida. No cinema, por exemplo na fase inicial da obra de Manuel de Oliveira, denotam-se preocupações afins ao movimento.
E, ao contrário do que alguns tentam fazer crer, o neo-realismo não se pode reduzir a uma literatura regional, do Alentejo ou do Ribatejo. Não se pode esquecer a importância da revista Sol Nascente, fundada por estudantes do Porto e editada naquela cidade de 1937 a 1940, ou da Vértice, que aparece em Coimbra em 1942, entre outras publicações. E que o Novo Cancioneiro, também editado em Coimbra pela mesma altura, incluiu poetas de todo o país. Ainda em Coimbra são numerosas as publicações próximas do neo-realismo, a maioria, é verdade, de vida efémera: Altitude, Cadernos de Juventude, Síntese. Em Lisboa destaca-se O Diabo.
O neo-realismo cumpriu o papel de denúncia do sofrimento do povo português. Mostrou o papel que podem ter a arte e a cultura em geral na luta social e política. Não foi propriedade de ninguém, nem mesmo exclusivo de Portugal. Foi o contributo da cultura para apoiar o povo a que seus agentes pertenciam.
É neste contexto que a obra de Joaquim Namorado tem de ser vista: “um organizador colectivo, mais do que original; um poeta e um crítico de obra exígua; um militante que rebatia arte sobre a política e, em política, queria ser reconhecido pela sua ortodoxia”.

Conheci pessoalmente Joaquim Namorado, creio que no ano de 1978, devido ao projecto barca nova.
Em 1982, aparece em 3º. Lugar na lista APU concorrente à Assembleia Municipal da Figueira da Foz - e é eleito.
Em 1983, por iniciativa do semanário barca nova é lançada a ideia de uma “homenagem a Joaquim Namorado”.
Realiza-se a homenagem projectada pelo barca nova. Dela faz parte uma exposição sobre “O neo-realismo e as suas margens”, que depois será apresentada em Coimbra, Guimarães e Fafe, em versão simplificada.
O executivo da Câmara Municipal da Figueira da Foz cria o “Prémio Joaquim Namorado”, para ser atribuído a contos inéditos, invocando a acção cultural exercida por Joaquim Namorado no nosso concelho.
Em 29 de Janeiro é conferida a Joaquim Namoarado a Ordem da Liberdade – Diário da República nº. 62, 2ª. Série de 16/3/1983.
Seguiram-se outras homenagens. Recordo que a Assembleia Municipal de Alter do Chão, sua terra natal, em reunião de 4 de Fevereiro, por unanimidade, resolve associar-se à “Homenagem nacional prestada a Joaquim Namorado".
A Junta de Freguesia de S. Julião, delibera na sua reunião de 14 do mesmo mês no mesmo sentido.
A Assembleia Municipal e a Câmara de Coimbra atraibuem-lhe, por unanimidade, a Medalha de Ouro da cidade.
Por esse tempo, Joaquim Namorado era um Homem feliz. Por esse tempo, eu, como elemento de um colectivo que se chamava barca nova, também era um homem feliz.
Joaqui Namorado, o Joaquim Namorado com quem convivi e tive a felicidade de receber a sua amizade, ao contrário do que dizem não era um durão: era um ser humano do melhor que passou pela minha vida – e a quem estarei eternamente grato pelo muito que me ensinou.
A carta reproduzida, dirigida à sua esposa D. Guilhermina Namorado (Amor da Minha Alma/Joaquim Namorado - 1938. Carta escrita a prever  sua prisão: "esta carta, se te chegar às mão, significa que fui preso")  fala por si.
para ler melhor clicar na imagem 

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O que faz a malta não ler... Mas, os amigos são para as ocasiões...

Ainda se lêem livros em Portugal?
Tenho sérias dúvidas.
Sei que existem profissionais da leitura, como o Marcelo Rebelo de Sousa, mas muito pouca gente já lê por ócio ou prazer.
Por isso, pelo menos para mim, é inexplicável que continuem a aparecer editoras, que as feiras do livro sejam um sucesso, que haja novos autores, que tantos livros sejam comprados.
O problema, se chegar a haver, será o facto disto ter rebentado, como rebentou a bolha do imobiliário...

Ponto da situação no Sporting resumido e abreviado...


"Após dez dias de absurda turbulência no Sporting, na sequência imediata da nossa vitória frente ao Nacional, apenas José Eduardo defende o despedimento de Marco Silva. Valeu a pena tanto barulho?"

Pedro Correia

A...

"As portas que a Revolução abriu têm 40 anos! E o povo saiu às ruas, para celebrar, para abrir a boca num país em que os homens passaram a comer as palavras. Somos livres, mas estamos tontos. Atordoados, pelo menos. Abril fez 40 anos, no verão quente derreteram-se os Espírito Santo e o inverno chegou com um ex-primeiro-ministro na cadeia. Nas quatro estações do ano, o regime ainda aprende a soletrar a palavra de-mo-cra-cia. Não falta liberdade, apenas não se respira a lucidez mordaz, a irreverência necessária, as provocações, simultaneamente irónicas e violentas, que nos obrigam a pensar, a olhar para além do óbvio. Nas portas que Abril abriu, a elite desapareceu e os intelectuais calaram-se. Estão calados, que é outra forma de morrer. Liberdade, mas condicionada: na primeira metade do ano a discutir como nos livraríamos da troika, na outra metade a assistir com perplexidade à derrocada."

Sopa de letras: 2014 de A a Z (parte I)

domingo, 28 de dezembro de 2014

O maior desejo de Passos e Portas para 2015...

afirmou um dia Salazar. Portanto, em 2015 bebam muito vinho.
Depois de 3 anos no poder, algo ainda falta para chegarmos ao Portugal de Passos e Portas: alterar a Constituição do nosso país.
Tanto assim é, que passaram praticamente 3 anos a dizer que a Constituição obstaculizou o crescimento da economia
Sendo assim - e assim foi... - estarão certamente tão certos quanto Salazar esteve, a partir do momento em que se apoiou na Constituição de 1933 para reestruturar uma economia que encontrou enfraquecida pela instabilidade dos governos republicanos. Claro que deixámos de ter a liberdade que nos permitia reclamar melhores condições de trabalho e de vida, mas isso foi apenas um pormenor...
Na verdade, como alguns sabem e recordam, o que foi isso comparado com o progresso económico de um país e com o enriquecimento daqueles poucos de cuja força empresarial sempre nos querem fazer crer que necessitamos, como se verificava antes de Abril de 1974 e temos vindo a recuperar, como se viu, agora, com o BES!
Em 2015, isso só vai depender dos portugueses e, sendo assim, tudo é possível...
Estar desempregado é sempre uma oportunidade.

Caminhadas matinais


Todas as manhãs ele vai andar, para perder peso e tristezas. 
Em relação ao primeiro objectivo tem boas hipóteses de averbar uma vitória.
Manhã cedo, vai ao Cabedelo pela beira mar e volta para trás. 
É quando a Aldeia, ainda um pouco langorosa, começa a receber os primeiros raios de sol. 
E assim começa ele o dia, todos os dias: entre o mar e a luz do mar.

sábado, 27 de dezembro de 2014

PS, Somos Figueira e CDU concordam em mudar nome à freguesia de Buarcos

A proposta do grupo de trabalho para a mudança de nome da freguesia de Buarcos vai ser votada na próxima segunda-feira, na assembleia de freguesia. 
As três forças políticas com assento neste órgão (PS, coligação Somos Figueira e CDU) concordaram que deve passar a chamar-se Buarcos e São Julião. Os símbolos heráldicos também sofrem alterações, mas respeitam a identidade das duas freguesias, incluindo a bandeira, com duas faces. 
Recorde-se que a proposta de alteração do nome e dos símbolos heráldicos partiu da CDU, na sequência da agregação de São Julião por Buarcos, aquando da reforma administrativa, que reduziu de 18 para 14 o número de freguesias do concelho da Figueira da Foz. “Sinto satisfação [pela proposta conjunta], mas a título provisório, porque não abdicamos da reposição das antigas freguesias”, declarou Carlos Baptista, da CDU, ao DIÁRIO AS BEIRAS. 
Do lado dos socialistas também se respira regozijo. “O PS concorda com esta decisão. De resto, sempre defendeu, desde a campanha autárquica, uma solução que permita salvaguardar a identidade das duas comunidades”, disse Luís Ribeiro. 
Por seu lado, Carlos Tenreiro, da coligação Somos Figueira, defendeu que a proposta vem “pôr as coisas no seu devido local, fazendo uma reposição justa da situação, porque não fazia sentido o nome de São Julião desaparecer”.
A proposta, depois de aprovada pela Assembleia de Freguesia de Buarcos, tem de passar pela Assembleia Municipal da Figueira da Foz e pela Assembleia da República para também ser aprovada.

Via AS BEIRAS

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

A tradição ainda é o que era...

"Bruno de Carvalho já tomou a decisão e Marco Silva vai deixar de ser treinador do Sporting, cargo que assumiu em maio deste ano, em substituição de Leonardo Jardim."
A  BOLA

ACTUALIZAÇÃO.
«Marco Silva vai estar no banco em Guimarães» – Bruno de Carvalho
A  BOLA

Os meteorologistas continuam a falhar muito em Portugal...

"Primeiro-Ministro diz que portugueses têm agora menos nuvens negras e um futuro em aberto"...

Em tempo.
Continuamos com previsões de céu limpo, a seguir a previsões de céu limpo, a seguir a previsões de ceú limpo e a seguir às previsões de céu limpo. 
"Deus não dorme", vox pop...

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

E que tal dançar neste Natal?..

Espero que continuem a acreditar na bondade, na generosidade e na tolerância.
Espero que continuem a venerar a beleza das coisas, e que continuem a acreditar no respeito, acima de tudo, pelas pessoas. 
Espero que continuem, tal como eu, a acreditar que é para contribuirmos para que a vida de todos seja melhor que vale a pena viver. 
Espero que continuem a amar, a preservar e a respeitar a natureza. 
Espero que Portugal e o mundo caminhe no sentido do desenvolvimento. 
Espero que se perceba, finalmente, que sem a arte as nossas vidas perdem grande parte do seu encanto e sentido. 
Espero que, neste Natal, sobretudo, dancem, dancem muito... 
No próximo ano, quer queiramos, quer não, vamos dançar muito...
Entretanto, desejo o Natal possível a todos.

Postagem dedicada a quem desconhece a história da Figueira - no caso presente, o «ponto de partida» da requalificação do areal da praia....

Imagens sacadas do jornal barca nova - edição de 19 de Dezembro de 1980
Em tempo.
Para ver melhor, clicar em cima das imagens.
Recorde outros textos sobre este assunto clicando aqui.

Morreu o Camegim

Camegim, antigo avançado da Académica nos anos 70 e 80, morreu na segunda-feira com 61 anos de idade, revelou esta terça-feira o clube de Coimbra.

De acordo com o sítio da “Briosa” na Internet, Manuel Joaquim Grilo Guerra, mais conhecido como Camegim, representou o clube entre 1976 e 1978 e 1981 e 1984, tendo marcado mais de 40 golos com a camisola dos “estudantes”

Natural da Figueira da Foz e formado nas escolas da Naval 1.º de Maio - onde o vi jogar muitas e muitas vezes no então pelado do Bento Pessoa - o antigo avançado representou também o Beira-Mar, o Rio Ave, a União de Coimbra e terminou a carreira no Tocha.

Não há dinheiro...

...e como não há dinheiro, o que está à mão é pôr o dinheiro do suspeito do costume, o contribuinte, a pagar a ligeireza e a incompetência... 

Marques, mentes?

JOANA AMARAL DIAS 
Professora universitária
O Dr. Marques Mendes tem muito azar.

"Onde está uma empresa duvidosa, ele está. São vistos gold, imobiliárias, acções. Às vezes não se lembra muito bem de ter colaborado. Noutras ocasiões, explica que esteve mas pouco. Também já aconteceu ganhar milhões mas não saber como. A sua vida está cheia de mal- -entendidos, águas passadas. Trivialidades para um comum mortal. Pelo meio, só se pode concluir que há muitas sociedades recheadas de sócios importantes mas sem actividade ou muitos sócios importantes que se deixam associar porque acham que as sociedades estão inactivas e, embora possam gerir a coisa pública, disso de sociedades não percebem nada.

Isto é pessoal? Não, é político. O sistema está cheio de marqueses mentes, alimenta e alimenta--se deles, da casta que circula no triângulo das Bermudas que eclipsa o nosso dinheiro – governo, negócios e comunicação social (para defender os dois anteriores). Não, não é pessoal. É mais ou menos como o título do livro do próprio ex-ministro: É o estado em que estamos."

Natal...

"Quero lá saber que os tugas sejam muito generosos e solidários, sempre dispostos a contribuir em peditórios que enchem os bolsos dos merceeiros do Continente e do Pingo Doce.
Quero lá saber que os tugas adorem aliviar a consciência, brincando à caridadezinha. 
Qual é a importância desse gesto se depois reagem violentamente contra aqueles que fazem greves para defender o seu ganha pão (e às vezes os interesses  do país) e não terem de viver do subsídio de desemprego ( quando há...) nem da caridade dos outros?"

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Esta noite das 21 às 22 horas...

«Venha quem Vier», com António Agostinho, no FMR.
Esta noite, das 21 às 22h00, «Venha quem Vier» vamos até à «Outra Margem», com o blogger António Agostinho, com paragens obrigatórias nas memórias do Barca Nova, do PREC, da luta dos trabalhadores da Fontela e da erosão nas praias do sul do Concelho. 
Faz-nos companhia?
(Andreia Gouveia)

Recordando a mania das grandezas da elite local...

primeira página do jornal 
barca nova de 26 de de Junho de 1981 
A meu ver, para a elite local que ascendeu ao poder depois da implantação da democracia, que continua a gostar de tudo converter em negócio, a edificação de grandes obras representou sempre uma manifestação de megalomania.
Como a memória é curta, recordo que o ódio contra as monarquias se construiu, também, com este tipo de argumentos...
Se conhecermos, minimamente, a tradição local edificadora dos que acreditam numa dimensão superior da governação, a edificação desses projectos megalómonos não tinha por objectivo servir os figueirenses.
Recordo os ainda pouco distantes e “saudosos tempos de Aguiar de Carvalho e de Santana Lopes, dos objectivos grandiosos de um magnífico aeroporto, de um moderníssimo comboio TGV em monocarril a ligar Figueira a Fátima ou de um grandioso estádio para o europeu de futebol de 2004...” 
Confesso que foi o que agora senti com a apresentação do projecto para o reordenamento do areal urbano da Figueira da Foz e Buarcos, apresentado pelo arquitecto Ricardo Vieira de Melo, vencedor do concurso de ideias para esta zona de praia, lançado pela autarquia em 2011, nas palavras do presidente João Ataíde, “um ponto de partida para a municipalização desta zona tutelada por várias entidades.” 
Quem é velho, e consegue manter a memória, sabe que isto não passa de conversa da treta, que, aliás, já vem de muito longe.

A talhe de foice, recordo uma célebre reunião de 18 de Junho de 1981 realizada no auditório do Museu Municipal, por iniciativa do executivo camarário de então, para debater o "Projecto da marginal oceânica".
Recordo que a noite estava bastante quente. Dentro das sala abafava-se. Mesmo assim, e a constatar o interesse que para os figueirenses sempre teve a urbanização daquele imenso areal (o areal tornou-se naquele monstro após a construção dos molhes que fixaram a barra), estiveram presentes mais de cem pessoas.
O Presidente da Câmara abriu a sessão. Depois de apresentar a mesa que ia dirigir os trabalhos (além dele, era formada pelo engº Muñoz de Oliveira, Director-Geral dos portos; eng. Nelson Gomes e arquitectos Alberto Pessoa e Mário Pereira da Silva), proferiu algumas palavras  introdutórias breves ao assunto que se ia debater.
O eng. Muñoz de Oliveira usou a seguir da palavra para fazer um resenha sobre a alteração das correntes marítimas na costa portuguesa e as respectivas transformações que daí advieram.
Os arquitectos Alberto Pessoa e Mário Pereira da Silva forneceram algumas informações sobre o projecto popularmente conhecido como de urbanização do areal da praia.
De forma sucinta recordo e realço os seguintes pontos.
Dos (então existentes) 680 metros do areal da praia, só poderiam ser aproveitados para este projecto 350; não se encontrava prevista a construção de nenhuma avenida no areal da praia, por não se verificarem condições de segurança para a sua protecção posterior à fúria do oceano. A única via a instalar no local ligaria a Ponte do Galante ao Forte de Santa Catarina, ficando paralela à Avenida 25 de Abril; no local seriam erguidas algumas construções: parque infantil, campos de jogos, zona comercial, piscinas, coreto, etc.. Ali, ficaria também instalado o Pavilhão de Congressos. Ainda segundo o que foi sublinhado na altura, o acesso  de peões a esta nova área urbanizada far-se-ia através de túneis subterrâneos, que seriam implantados na marginal.
A terminar, o dr. Joaquim de Sousa, presidente da Câmara na altura, referiu que este projecto poderia sofrer algumas alterações de pormenor.
Na ocasião foi dito pelo dr. Joaquim de Sousa que esta obra iria ser construída a longo do prazo.

Percebem agora o "Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá... ou um caso clínico?.."
No fundo, na Figueira nada de novo acontece... 
A história, simplesmente, repete-se... 

Quem tem mais influência sobre o Conselho Geral da RTP?..

"Para Poiares Maduro é o Bloco de Esquerda"!.. 
As rasteiras que a vida nos passa!..
A figurinha que um ministro faz, por andar por aí, com a benevolência dos "jornalistas", a dizer baboseiras ao nível dos comentários nas caixas de comentários dos jornais online! 
E o mais verdinho deles, logo havia de ser o maduro!..

domingo, 21 de dezembro de 2014

Bom Natal

Encontramo-nos na época de usar e abusar do Natal.
Este, é o momento do ano em que o exercício da hipocrisia, ou do supérfluo consumismo, é usado e abusado.
Contudo, não podemos generalizar.
Ainda quero acreditar que existam pessoas preocupadas genuinamente com o seu semelhante - próximo ou distante.
Gostaria que este fosse o tempo para dar ânimo e conforto aos fracos e para dar visibilidade a minorias silenciadas e oprimidas.
Mas, sei que depois deste hiato, a partir de janeiro tudo vai continuar na mesma.
Até ao próximo Natal.
Não me movendo por nenhuma fé, ficam os votos de um Bom Natal.
Sobretudo, para o quem quiser viver ou desejar viver no próximo ano "DOZE NATAIS*".


LOURDES DOS ANJOS - IN NOBRE POVO - EDIÇÕES GAILIVRO

Interessante e gostoso de ler...

"O PS e a esquerda" (II) por MANUEL LOFF.

 "Afinal, o Bloco Central é bom. Ou foi, e durante uma crise, precisamente: em 1983-85, o de Soares e Mota Pinto teria sido um exemplo de “capacidade de mobilização do país para vencer a crise” (António Costa, Expresso, 17/12/2014). 
Quinze dias depois da “viragem à esquerda”, o PS voltou a ler a história como sempre a leu. 
... aqueles que repetem que é por culpa do PCP e do BE que o milhão de portugueses que votam à esquerda do PS não contribuem para uma alternativa de governo cometem um erro central de análise histórica (e política) porque partem do princípio que o PS é um partido de esquerda conjunturalmente obrigado a governar à direita. 
Na verdade, o PS comportou-se sempre, nos últimos 40 anos, como uma força do campo social-liberal: com políticas económicas liberais, tomando o partido dos empregadores e do capital contra o trabalho, porque os julga os motores do desenvolvimento e os verdadeiros produtores da riqueza; social apenas quando o crescimento/acumulação da riqueza daqueles permita gastar um pouco com aqueles a que Passos chama “o mexilhão”. 
O PS não é um partido socialista como os outros. Ele é, em Portugal, o herdeiro histórico mais próximo do reformismo republicano. 
O seu coração bate mais depressa pelo 5 de Outubro do que pelo 25 de Abril."

Que feliz que eu estou...

Estou a acompanhar, em directo, o debate na Assembleia da República.
Já não me sentia assim, tão feliz, há muito tempo.
E a razão é simples...
No parlamento, a ministra Maria Luís Albuquerque e os deputados da maioria que já usaram da palavra, estão a tratar-me como se eu fosse uma criança... 
Estamos alegremente, cantando e rindo, levados a caminho de uma miragem do que foi, um dia, um País!..

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Eu sei que é Natal...

"Cavaco recebe homens que devolveram envelope com dinheiro na Póvoa de Varzim"...

Recorde-se.
O município já atribuiu um voto de louvor aos três trabalhadores. O envelope continha um depósito no valor de 4.407 euros e foi encontrado quando os funcionários procediam à separação do papel. 

Recordar é viver... (II)

Recorde-se.
"Duas requisições civis marcaram os últimos quase 40 anos da TAP. 
Em 1977, os trabalhadores foram requisitados 15 dias, em 1997, um mês - o de agosto."
Continue a recordar-se.
"O diploma de 1997 dizia que todos os trabalhadores, incluindo os que estão no estrangeiro, estavam convocados para esta requisição civil, enquanto em julho de 1977, o Governo – liderado por Mário Soares – considerou que uma greve da TAP degradava “a sua imagem como companhia internacional, na fase de franca recuperação económica em que se encontra”.
Se o argumento na década de 70 foi a recuperação económica, em 1997, o verão – em pleno mês de agosto – e os emigrantes pesaram na decisão do Governo. Na resolução do Conselho de Ministros de então lê-se que a TAP representava “uma das principais modalidades utilizadas pelos emigrantes portugueses que aproveitam a época estival para estreitar os laços de solidariedade que unem as comunidades portuguesa”.
Vamos acabar com as recordações.
"portaria 643-A/97, que convocou a requisição civil de 1997 foi assinada por António Sousa Franco, então ministro das Finanças de um governo PS, que tinha como primeiro-ministro António Guterres...
Já a portaria n.º 475-A_77, foi assinada por Mário Soares, então primeiro-ministro..."
Em ambos os casos, quem não cumprisse a requisição estava obrigado às penalizações dos funcionários do Estado. Em 1997 essa lei chamava-se Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração Central, Regional e Local e em 1977 Estatuto Disciplinar dos Funcionários Civis do Estado.

Recordar é viver...

Memória dos anos 80 e seu Bloco Central.
"Quanto a António Costa, continuarei a acompanhar a sua caminhada para o poder com a certeza de que vai criar esperança e confiança em muita gente, farta dos filhotes do colonialismo que assaltaram o poder, precisamente porque prometeram não fazer o que fizeram em dobro.
Daqui a dois anos, quando de vez acabarem as ilusões sobre os partidos que nos trouxeram até aqui, a um país onde a corrupção e o poder da casta é lei, conversamos. Haja entretanto juízo na esquerda (que talvez aprenda com o que se apresta para suceder na Grécia e no estado espanhol) e se construa uma alternativa."

O PS e a privatização da TAP...

Esteve prevista para o 2.º semestre de 2001...
"A TAP vai ser privatizada no segundo semestre de 2001, garantiu Jorge Coelho, ministro do Equipamento Social, ao «Jornal de Negócios»."

Abril ficou mais pobre. Mais um que partiu...


O almirante Vítor Crespo, 82 anos, morreu, ontem, quarta-feira, divulgou a Associação 25 de Abril, da qual o militar era presidente do conselho de presidência. 
VITOR CRESPO, MILITAR DE ABRIL!..

Assembleia Municipal vai reunir pela última vez este ano na próxima sexta-feira

A Assembleia Municipal da Figueira da Foz reúne-se, pela última vez este ano, na próxima sexta-feira, às 15H00
Da agenda destaca-se o debate e a votação do orçamento do município para 2015 e as Grandes Opções do Plano. 
Estes documentos, recorde-se, foram aprovados na câmara com os votos da maioria socialista, no decorrer de uma reunião à porta fechada –que o mesmo é dizer, vedada ao público e à comunicação social
A Coligação Somos Figueira abandonou a reunião no momento da votação.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Será dos pobrezinhos o reino dos céus...

Praticamente, não tenho perdido pitada da programação do canal parlamento nos últimos dias. 
Como sabemos, um mal nunca vem só: além de arreliadora constipação que me tem retido em casa, deu-me para acompanhar a Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo... 
Se ser rico é aquilo que tenho visto, prefiro ser como sou e morrer assim – pobre. 
Aquilo, tem sido mais do que desolador - tem sido degradante e revela gente sem escrúpulos e, muito menos, princípios. 
No antigo regime, talvez por eu ser, na altura, muito jovem, tinha a ideia de que aquilo era gente muita educada, culta, inteligente e competente. 
Estava enganado, como é óbvio... 
Tudo aquilo, não passava de encenação, como verifiquei depois, e tenho comprovado nos últimos dias, com o espectáculo degradante da família Espírito Santo no parlamento - uma das grandes famílias herdeiras do antigo regime .... 
Se ser rico é aquilo, quanto mais não vale continuar palerma e pobre...

OS DDT...

“Quem não fala à boca pequena naquelas figuras que, independentemente de se encontrarem vinculados a instituições, mantêm o secreto desejo de serem os DDT (Donos Disto Tudo), de tal forma procuram influenciar os destinos das suas instituições, cidades, ou mesmo do país? É claro que tais atitudes não radicam sempre nas mesmas razões, embora a ambição desmedida esteja sempre presente. Uns procuram carreira, outros, bens materiais, outros, o puro prazer do exercício do poder pelo poder. Tal como se concluiu em 1972, o DDT é altamente nocivo. Cuidado portanto, muita atenção. Eles andam por aí. Na Figueira também. E mesmo que, por alguma razão, venham a abandonar os seus objetivos (o que não é fácil de admitir), os seus efeitos mantêm-se por um período longo. Cuidado!” Daniel Santos

Em tempo.
Para esta gente, a democracia só serve enquanto os servir. 
Para nós, não deve ser um dado adquirido. 
É bom estar atento.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Maduro e o acordo verde...

Governo a sonhar com a “descentralização”... 
Municípios com os Fundos...

Público

Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá... ou um caso clínico?..

Foi apresentado ontem, na reunião de câmara, como a imagem ao lado disso dá testemunho, o projecto para o reordenamento do areal urbano da Figueira da Foz e Buarcos, apresentado pelo arquitecto Ricardo Vieira de Melo, vencedor do concurso de ideias para esta zona de praia, lançado pela autarquia em 2011.
Este é, segundo sublinhou o presidente João Ataíde, um ponto de partida para a municipalização desta zona tutelada por várias entidades. 
Saliente-se que o projecto vencedor do concurso implicava um investimento de 110 milhões de euros, entre investimentos púbicos e privados. Entretanto, foram introduzidas várias alterações e o orçamento não foi actualizado. 
Será que estamos a retornar aos saudosos tempos de Aguiar de Carvalho e de Santana Lopes, dos objectivos grandiosos de um magnífico aeroporto, de um moderníssimo comboio TGV em monocarril a ligar Figueira a Fátima ou de um grandioso estádio para o europeu de futebol de 2004?.. 
Será que continua a ser uma aspiração dos figueirenses, certamente bem conhecida da vereação absoluta da edilidade figueirense, o retomar dos velhos tempos de "sonhos" de Aguiar de Carvalho e de Santana Lopes?.. 
Já agora: que é feito do projecto socialista da ponte pedonal a ligar o Cabedelo à Figueira?..

Em tempo.
Só para terem noção do que seria um investimento de 110 milhões de euros para a Câmara da Figueira da Foz, deixo-vos o link de acesso ao orçamento camarário para 2015.

Orçamento Participativo: ainda há muito caminho para andar na Figueira...

Foi aprovada ontem, por unanimidade, na reunião do executivo da Câmara Municipal da Figueira da Foz, a preparação de procedimentos, proposta pela coligação Somos Figueira, para a concretização de um Orçamento Participativo em 2016.
Contudo, um orçamento participativo requer tempo, para se definirem as regras. “Sobretudo, o primeiro”, como, segundo o jornal AS BEIRAS, afirmou Miguel Almeida, líder da força política proponente, pelo que as regras e o montante a atribuir ao orçamento participativo só durante o próximo ano ficarão definidas .  
Recorde-se, que a maioria socialista não cumpriu a promessa que fez em 2009 e que foi renovada em 2013. Por sua vez, coligação Somos Figueira também incluiu esta proposta no programa eleitoral das eleições autárquicas de outubro do ano passado.
“Não avançou antes por graves situações financeiras. Foi de todo inviável avançar com qualquer proposta de orçamento participativo”, justificou o presidente da câmara, João Ataíde.
Todavia,  como sublinhou o presidente João Ataíde, “sendo um propósito, não podemos deixar de acompanhar. Mas , a forma como ele vai ser desenvolvido, já poderá revelar diferenças de opinião”.
Vamos aguardar pelo próximo ano, para ver se, na prática - como disse Miguel Almeida - “estamos  em condições para avançar com o orçamento participativo”...

Isto não vai acabar bem.

"Que um juiz mantenha em prisão preventiva um antigo primeiro-ministro é lá com ele, antes de ser connosco.
Mas que o mesmo juiz impeça o antigo primeiro-ministro de ser entrevistado por um jornal é connosco, antes de ser com ele.
Não quero morar num país em que os que nos governarem possam ser humilhados por um tribunal.
Está na altura de apelar às pessoas decentes que acreditam na liberdade e na justiça para que esqueçam o homem e se lembrem dos valores.
Nem o ódio a Sócrates, nem os crimes, por provar, que ele possa ter cometido justificam qualquer coisa."

Maldita memória...

Ora aí está  "o regador rosa, para quem já sentia saudades"... 
Maldita memória, que arranja sempre maneira de se pôr ao fresco quando é precisa. 
Há quase quinze anos, quando o pesadelo destes "não pode ser" começou, um Governo, por sinal do tal partido que apenas fica vagamente de esquerda quando está na oposição, também quis vender a TAP, então à Swissair, e a venda chegou a ser aprovada em Conselho de Ministros. 
O senhor engravatado que nesse longínquo ano 2000 nos disse o mesmo "não pode ser" que hoje nos diz Maria Luís Albuquerque foi António Guterres. 
O que a realidade nos veio dizer depois foi que a TAP teria desaparecido se o negócio não tivesse abortado. 
O comprador, a Swissair, entretanto desapareceu. Faliu. 
Se ainda temos transportadora aérea devemo-lo aos trabalhadores da TAP. 
Foi a sua luta que fez o Governo de Guterres recuar.