Uma pessoa acorda cedo, passa os olhos pelos jornais, liga a televisão para assistir à abertura dos telejornais matinais e duvida seriamente da sanidade mental do país.
Hoje, então, é daqueles dias em que devia estar a milhas dos jornais, da rádio, das televisões e dos computadores, mas não consigo.
Lamaçal, lodaçal, pântano, são palavras que assaltam a minha memória, mas, infelizmente, presumo que isto é só o prenúncio do que há-de vir.
Espantoso país o nosso.
Hoje não devia pensar nisso, mas não consigo.
Há uma espécie de náusea no ar.
Oxalá me engane, mas desconfio que António Costa - apesar da boa imprensa - vai ser um dos maiores flops da política portuguesa.
Alguém entende que António Costa tenha deixado que o PS se tivesse envolvido de novo nesta história ridícula das subvenções vitalícias?
A lei da vergonha de todos os que a assinaram em 1984 (na vigência de um Governo do Bloco Central, lembram-se?) teve mais um capítulo.
De novo o Bloco Central dos interesses, ao arrepio de tudo o que tem a ver com ética republicana, seja lá isso o que for, à moral e aos bons costumes, ou à simples dignidade política e humana.
Que deputados como o Couto e o Lello tenham tido a coragem de propor essa medida achei natural... Mas, que muitos outros tenham ido na onda, esquecendo tudo o que foram aprovando nos últimos anos, é algo que me escapa.
Do lado do PSD e CDS, presumo que sabemos que podemos esperar tudo e o seu contrário. Agora dos paladinos da esquerda e da verdade do PS, registe-se o facto. Para os que ainda não tinham percebido, espero que tenham dado conta que António Costa ficou sem máscara...
Está em curso a "continuação da apagada e vil tristeza do «nosso» fado", o próximo filme de ficção nacional a exibir em todo o país ...
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