segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Abstenção - uma atitude, uma falta de interesse ou preguiça?

imagem sacada daqui
O fenómeno sociológico do voto e da abstenção continua cada vez mais na ordem do dia em Portugal. 
O distrito de Setúbal, historicamente marcado por uma população jovem e por uma baixa escolaridade, possui sete dos dez concelhos com maior abstenção. Seguem-se Oeiras, Cascais e Ílhavo, concelhos com diferente traçado social. Entre os dez concelhos, existe a constante da elevada população jovem, cada vez mais marcada pelo distanciamento face à política, ao dever e importância do voto e, simultaneamente, por uma desconfiança e descrédito face à classe política nacional. 
Independentemente do substrato social, a abstenção continua a fazer escola. Do não reconhecimento partidário-ideológico ao desinteresse e desinformação, há um punhado de atitudes políticas que os jovens portugueses vão tomando, engrossando o divórcio simbólico entre a política, como exercício, e a política como cidadania. 
O país - todos nós - vai perdendo vigilantes e a corrupção ganhando margem de manobra. 
Ontem nas intercalares de S. Pedro, a abstenção atingiu praticamente os 60%.
Vejamos como foi, mesa a mesa.
Mesa 1 – (Onde estão recenseados os mais antigos e mais idosos eleitores de S. Pedro)
Eleitores 930; Votantes 562 – PS 375; CDU – 64; MRRP 10; PSD 90.
Mesa 2 – (Onde já se começa a notar a presença de novos moradores)
Eleitores 930; Votantes 384 – PS 237; CDU 56; MRPP 7; PSD 73)
Mesa 3 - (Onde está recenseado o eleitorado mais jovem)
Eleitores 933; Votantes 186 – PS 113; CDU 22; MRPP 2; PSD 42.
Não vos vou maçar com uma exaustiva análise destes resultados (daria pano para mangas....)
Chamo apenas a atenção da classe política. 
Seria bom que, desde já, olhasse para a abstenção também como uma tomada de atitude política.
Se isso não acontecer e não forem tomadas medidas de enquadramento político para a abstenção (e acontecimentos que conduzem a processos como o das intercalares de S. Pedro não ajudam nada...), prosseguiremos de vitória em vitória até à derrota do regime democrático em Portugal.

1 comentário:

  1. Os politicos de meia tijela em Belém arranjam solução fácil e rápida: VOTO OBRIGATÓRIO, ponto.
    Recentemente o Sampaio já apontou nessa direção, O Sr. Anibal neste mês já se chorou no tal discurso, como se ele e a sua "tribo" fossem as vitimas.

    ResponderEliminar

Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.