terça-feira, 15 de julho de 2014

Recordar é viver...

fotos sacadas daqui
Medina Carreira que tinha sido ministro das Finanças no primeiro governo Constitucional, com Mário Soares como primeiro-ministro, em 3.2.1978 dava uma entrevista ao O Jornal em que traçava um panorama cada vez mais negro da nossa economia. 
...em Janeiro de 1977 (O Jornal de 28.1.1977) entrou a Coca-Cola em Portugal e pela primeira vez alguns puderam provar a "água suja do imperialismo". 
Recordam-se como era Portugal em 1977?..
Mário Soares era Primeiro-Ministro e Henrique Medina Carreira ocupava o cargo de Ministro das Finanças. 
Dizia o primeiro ministro de então, ao Diário de Notícias.
"Sou partidário de uma sociedade totalmente aberta e livre, em que se assegurem largamente os direitos humanos, mas não pode haver tolerância com a criminalidade, mesmo que esta se oculte sob o pretexto falacioso da razão política".
O povo andava entretido e, numa "alocução ao País em 28/02/77, o "nosso" primeiro de então expressava a ideia do seu País.
 "Nós não queremos, em Portugal, constituir ou criar uma sociedade de burocratas, uma sociedade de homens que vivem à mesa do Orçamento e à sombra do Estado. Queremos, em Portugal, criar uma sociedade de homens livres que tenham a capacidade de iniciativa própria, capazes de contribuir para a riqueza nacional".
Já nessa altura o problema era o "pilim". Portanto, nada melhor que uma crise - mas isso foi em 1977.
"Não nego que exista uma crise em Portugal, crise que, no seu aspecto fundamental - o aspecto económico - poderá sintetizar-se em três tópicos: défice da balança de pagamentos, inflação, isto é aumento do custo de vida e do desemprego"(Comunicação ao País em 07/06/1977).
1977, tempo de dificuldades que, felizmente, agora foi ultrapassado.
E, "felizmente", foi ultrapassado através de uma reforma profunda das mentalidades, uma das principais causas para o nosso atraso e para a falta de produtividade...em 1977... 
Os alicerces fundamentais do Portugal moderno foram, erguidos nesse tempo por Mário Soares.
Hoje, como todos sabemos, respira-se um ar saudável.
Um quarto da riqueza de Portugal está nas mãos de 1% da população”!..
Conclusão e moral desta «estória»: afinal, o peso da fortuna dos mais ricos ainda é maior do que se julgava, conclui um estudo publicado esta semana no site do Banco Central Europeu.

1 comentário:

  1. Desde a neoliberalização inciada nos anos oitenta que tem sido um fartote neste país, revertendo-se progressivamente os efeitos igualitários da economia política do 25 de Abril. Os resultados estão à vista e ilustram aquilo que cada vez mais estudos indicam: as sociedades mais desiguais têm mais problemas socioeconómicos.

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