"...há que tirar as medidas ao mundo em cada esquina desta aldeia. “Continuamos a discutir isto?” Sim. Vai e volta. Na rede, sem rede. Ligados, sem fios. Tantas voltas. Analógico, digital, cabeça, coração.
Mas, incerto dia, dás-te conta: um pouco mais de silêncio na oficina – tic, tic, tic... Um pouco menos de calor. Gestos um pouco mais em câmara lenta. Até que um dia, perante uma crítica, atiras: “É a tua opinião... cada um por si, topas?”. A economia (a nossa, mais íntima, nos bastidores das notícias) sempre em plano inclinado. Até que um dia te pedem para seres "brand journalist" ou uma merda do género, “ganhas uns trocos extra, não é bom?” E seres... pouco mais, afinal. Até que um dia te dizem que não há outra saída: é preciso organizar mais um "evento" e outro ainda, "fazes nas folgas, ok?". Até que um dia, o estatuto editorial acorda encolhido numa quase-palavra: EBITDA. Até que um dia nada te dizem, durante semanas, meses, anos a fio. Até que um dia te dizem (ou tu percebes): acabou."
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